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França: Estudo com cães farejadores de coronavírus dá resultado preliminar surpreendente

Nas últimas três semanas, cerca de 20 cães farejadores do Corpo de Bombeiros e da polícia francesa, especializados em detectar explosivos ou drogas, foram treinados para identificar a presença do coronavírus no suor de pacientes com a Covid-19. Os primeiros resultados surpreenderam o coordenador do estudo, o professor Dominique Granjean, da Escola Veterinária de Maison-Alfort, na região parisiense.

Amostras utilizadas nos testes com cães farejadores que começam a detectar o coronavírus no suor de pacientes positivos para a Covid-19.
Amostras utilizadas nos testes com cães farejadores que começam a detectar o coronavírus no suor de pacientes positivos para a Covid-19. AFP - JOEL SAGET
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"Alcançamos 100% de resultados positivos em algumas sessões", disse o professor à rádio France Inter. Agora, o estudo entra na segunda fase e deve fornecer resultados conclusivos dentro de dez dias.

O objetivo da primeira etapa da pesquisa, iniciada no dia 23 de abril, era verificar se os cachorros habituados a identificar explosivos e drogas também tinham o faro sensível ao coronavírus. "Os resultados foram surpreendentes", explicou o veterinário.

Inicialmente, os cães foram apresentados a amostras de suor de pacientes positivos à Covid-19 para despertar o olfato ao "cheiro" do novo vírus. Depois, o pesquisador organizou várias sessões nas quais colocava em uma sala apenas uma amostra positiva para o Sars-CoV-2 ao lado de várias outras negativas. A cada vez, o cão devia parar diante da amostra positiva para mostrar que havia farejado o vírus.

"Uma das nossas interrogações era saber se o coronavírus provoca um odor específico no suor do doente. Chegamos a sessões em que os cães acertavam em 100% das vezes a amostra contamidada pelo coronavírus", revelou o professor Granjean. "Ficou claro que os cães conseguem distinguir o cheiro da amostra positiva seja em relação a amostras negativas de suor ou sem nenhum traço de transpiração", explicou.

A segunda fase do estudo, a partir desta semana, será de validação da experiência. Os cães terão de distinguir entre duas amostras, uma positiva e outra negativa. O objetivo será verificar se o cachorro para diante do indício positivo, se ele late ou se senta quando fareja o coronavírus. Para o ensaio demonstrar sua eficácia, o cão deve latir sistematicamente quando estiver diante do indício positivo para a Covid-19 e não o confunda, em hipótese alguma, com uma amostra negativa.

Esta fase deve estar concluída dentro de dez dias, estima Grandjean. "Mas nunca se sabe, os cães, mesmo treinados, não são máquinas", explica o veterinário, entusiasmado com a possibilidade de ver os farejadores se tornarem úteis para o diagnóstico do coronavírus.

Além da França, vários países estão testando cães para essa função, incluindo Brasil, Bélgica, Reino Unido e Estados Unidos.

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