Gregos aguardam nas ruas de Atenas votação do orçamento recessivo de 2013
Depois de terem aprovado novas medidas de austeridade propostas pelo primeiro-ministro Antonis Samaras, os deputados gregos votam ainda hoje o orçamento de 2013, que prevê novas medidas impopulares como cortes nos salários do funcionalismo e aumento de impostos. Os gregos estão mobilizados contra as medidas de rigor e fazem um novo protesto na praça Syntagma, sede do Parlamento, no centro de Atenas.
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A aprovação ou não do orçamento de 2013 é considerada um teste de confiança no governo de coalizão no poder na Grécia. O premiê Samaras conta com uma maioria confortável de 168 deputados entre os 300 que formam o Parlamento, incluindo os votos dos conservadores, dos socialistas e da esquerda democrática, mas a pressão das ruas torna o resultado da votação incerto.
O voto está previsto para acontecer à meia noite, no horário local. Desde o meio da tarde, milhares de gregos já estavam nas ruas de Atenas para demonstrar sua insatisfação com os políticos e o desespero pela falta de perspectivas no país.
O projeto de lei do orçamento de 2013 prevê economias de 9 bilhões de euros nas despesas do Estado e um sexto ano de recessão, com o objetivo de reduzir o déficit público a 5,2% do PIB no ano que vem.
Os credores de Atenas - FMI, União Europeia e Banco Central Europeu - acompanham atentos a votação, que acontece na véspera de uma importante reunião dos ministros das Finanças do Eurogrupo, nesta segunda-feira. A Grécia deveria receber de seus credores até 16 de novembro um repasse de 31 bilhões de euros para fechar as contas públicas, mas o Eurogrupo tem segurado o repasse.
Quatro anos depois do início da crise econômica, a Grécia está mais endividada. Em 2009, o pseo da dívida equivalia a 129% do PIB. Com a recessão, apesar das medidas de rigor, a dívida pulou para 170% do PIB, segundo o FMI. Analistas estimam que da recessão a economia grega vai passar para um quadro depressão, sem perspectivas de recuperação na zona do euro.
A Confederação Europeia dos Sindicatos convocou para quarta-feira uma jornada europeia de mobilizaçéao contra as políticas de austeridade. Espanha, Portugal, Grécia e Itália devem fazer 24 horas de greve geral. França, Polônia, Eslovênia, Romênia e Bélgica prevêm protestos contra a política econômica da União Europeia.
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