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“Estou feliz e mais forte para coisas melhores”, diz Beatriz Haddad Maia após estreia com vitória em Roland Garros

Única brasileira no torneio de simples do aberto francês, Beatriz Haddad Maia confirmou a boa fase e derrotou na estreia a espanhola Cristina Bucsa por 2 sets a 1 (parciais de 6/3, 1/6 e 6/2) neste domingo (22) na abertura do torneio de Roland Garros.

Beatriz Haddad Maia passou para a segunda rodada de Roland Garros.
Beatriz Haddad Maia passou para a segunda rodada de Roland Garros. © RFI
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“A primeira rodada sempre é um jogo duro, dá um friozinho na barriga. Eu estou muito feliz com meu trabalho e com a energia que coloquei, com a tranquilidade que eu busquei comigo. Apesar de estar um pouco nervosa, consegui ter um equilíbrio e lidar bem com os momentos difíceis. Por muito tempo consegui jogar em alto nível”, explicou Bia na entrevista à RFI após a partida.

Beatriz Haddad Maia começou perdendo os dois primeiros games, mas logo se recuperou e fechou o primeiro set em 6/3. No segundo, a adversária, que é a 127° do ranking mundial, acertou-se em quadra, abriu grande vantagem e se manteve à frente fechando em 6/1.

Apoiada por muitos torcedores brasileiros, que trouxeram até bandeira do Brasil para as arquibancadas, Bia voltou a dominar o confronto e chegou a abrir 4/0 antes de fechar o set em 6/2 e a partida. Ao final da partida, Bia atendeu pacientemente os inúmeros fãs que solicitaram autógrafos em bolas de tênis e muitas selfies.

“Além de ser um Grand Slam, é um momento especial. Eu sei que hoje sou a única brasileira representando os homens e as mulheres [do meu país] nas simples. Eu sei da minha responsabilidade, do meu trabalho, da minha capacidade”, diz Bia, consciente das expectativas do público pela tradição de conquistas do tênis brasileiro no saibro francês.

 

Bia Haddad Maia deu muitos autógrafos antes de deixar a quadra de Roland Garros após vitória na estreia.
Bia Haddad Maia deu muitos autógrafos antes de deixar a quadra de Roland Garros após vitória na estreia. © RFI

Apoio do público

Mas a tenista sabe canalizar o que poderia ser entendido como uma forte pressão dentro de um contexto dentro da própria realidade do país. “Para mim só me motiva, só coisa boa. É só o prazer de estar aqui, o privilégio, de enxergar a oportunidade, coisas positivas. O Brasil é um país de muitas dificuldades, de poucas oportunidades para muita gente. Muitas pessoas se entregam tanto e não têm a oportunidade no lugar certo e na hora certa”, afirma, fazendo um paralelo com o seu esporte.

“O tênis é muito assim, a gente se doa muito para ter as oportunidades, e eu sempre espremi o máximo para agarrar todas que tive na minha carreira, me sinto privilegiada de estar aqui e ter condições e principalmente estar saudável para poder competir e enfrentar qualquer jogadora do mundo representando o Brasil”, revela.

Beatriz Haddad Maia fez história também ao passar pela primeira vez para a segunda rodada de Roland Garros. Na participação em 2017, parou na primeira rodada. Agora, como 48ª melhor tenista do ranking mundial, sabe que está numa nova fase e destaca a visibilidade que contribui para o tênis feminino brasileiro. “

Eu sou muito diferente em termos de maturidade e de como eu enxergo hoje o jogo. Eu fico muito feliz de ver as pessoas acompanhando, principalmente por ser o tênis feminino”, declarou.

“Quando você olha uma quadra na França cheia de brasileiros assistindo uma mulher, eu só fico feliz de ser essa pessoa que está representando. Por isso também que eu quero sempre buscar o melhor para poder também impactar a vida de pessoas e poder ser, de alguma forma, um exemplo. Fico muito feliz com o carinho de todo mundo”, acrescenta. 

Feliz e mais forte

Na segunda rodada, Bia deve enfrentar a vencedora do confronto entre a estoniana Kaia Kanepi e a espanhola Garbiñe Muguruza, que venceu em Wimbledon em 2019. “Ambas são agressivas e perigosas como eu. Eu vou me preparar para jogar da mesma forma que para a primeira rodada”, adianta.

Bia diz que usará o treino de segunda-feira (23) para corrigir pontos que entende que deve melhorar. Mas sem perder o foco nas características de uma das adversárias.  “Com certeza vou levar em consideração o que elas têm de pontos mais fortes ou fracos, mas gostaria de entrar na quadra e deixar tudo lá dentro e seguir fazendo o que eu venho fazendo, que é competindo bem, ser humilde nos momentos difíceis e buscar um volume agressivo”, acrescenta.

Dentro e fora de quadra, Bia exibe a confiança conquistada depois de atravessar o difícil período em que ficou 10 meses afastada do circuito por problemas de doping, em 2020.

“Minha família, meus amigos, as pessoas mais próximas de mim sabem o que eu passei. Por isso que, quando eu entro na quadra hoje aqui, para mim, não tem prazer melhor. Sou uma pessoa muito grata por tudo o que eu passei nos últimos dois anos, principalmente nos momentos difíceis, então estou feliz e me sinto muito mais forte para coisas melhores”, finaliza.  

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