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Esporte em foco

Torneio de Roland Garros começa neste domingo; Brasil tem apenas uma atleta na disputa

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Após dois anos de pandemia e restrições, o torneio de Roland Garros volta em grande estilo à Paris. Desta vez, com capacidade completa de público, retorno dos espectadores estrangeiros e do entretenimento nas arenas do tênis francês. As partidas principais começam neste domingo (22) e vão até 5 de junho. O Brasil estará representado pela paulista Beatriz Haddad Maia, que acabou de estrear no top 50 do ranking mundial, garantindo seu lugar na chave principal.

Torneio de Roland Garros começa neste domingo (22).
Torneio de Roland Garros começa neste domingo (22). AP - Christophe Ena
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Os admiradores do tênis mundial estavam com saudades. “É muito bonito, há muitas melhorias, muito bem organizado. É muito bacana e relaxante”, disse à RFI Brasil a aposentada Sílvia du Chemin. Ela visitava Roland Garros com uma amiga. “É apaixonante: a virilidade, o entusiasmo dos jogadores e a vitalidade. É diferente do futebol, pois é individual e tem de ser determinado”, afirmou a amiga Marie Therese.

Como todos os anos, Roland Garros reúne na capital francesa as principais estrelas do tênis em busca do cobiçado título nas categorias simples feminino e masculino, duplas femininas e masculinas, juvenil simples e duplas em cadeira de rodas.

O mestre do saibro, Rafael Nadal, é um dos mais aguardados. Bala veio da Índia na esperança de ver o ídolo. “Estar aqui é muito bom. A atmosfera, obviamente, vai ser melhor nos próximos dias, quando o torneio oficial começar. E espero ver alguns grandes jogadores como o Nadal,” contou.

Rafael Nadal, da Espanha, beija a Norman Brookes Challenge Cup depois de derrotar Daniil Medvedev, da Rússia, na final de simples masculino no campeonato de tênis do Aberto da Austrália em Melbourne, Austrália. Em 31 de janeiro de 2022. (AP Photo/Andy Brownbill)
Rafael Nadal, da Espanha, beija a Norman Brookes Challenge Cup depois de derrotar Daniil Medvedev, da Rússia, na final de simples masculino no campeonato de tênis do Aberto da Austrália em Melbourne, Austrália. Em 31 de janeiro de 2022. (AP Photo/Andy Brownbill) AP - Andy Brownbill

Outros nomes que devem jogar nas quadras de Roland Garros são Novak Djokovic, Stefanos Tsitsipas e a nova sensação do tênis, Carlos Alcaraz. As chaves femininas terão jogadoras como Iga Swiatek, Paula Badosa, Aryna Sabalenka e Garbine Muguruza.

“Tênis é movimento, reação e ar fresco”, disse à RFI Thesing Hermann, ex-tenista de 91 anos, campeão do torneio master de Berlim, em 2019, quando tinha 89. O alemão veio à Paris acompanhado do filho para a sua terceira temporada de Roland Garros. “Esse é um presente para o meu pai. Ele está em forma na sua idade, e então viemos. Mas mudou muito desde a última vez,” comparou Christoph Thesing. “Agora, há mais cercas que diminuem a visibilidade das quadras, há mais controle e filas para alguns jogos”, destacou.

Thesing Hermann, 91 anos, ex-jogador e campeão do torneio de master em Berlim, visita Roland-Garros com o filho Christoph Hermann.
Thesing Hermann, 91 anos, ex-jogador e campeão do torneio de master em Berlim, visita Roland-Garros com o filho Christoph Hermann. © RFI Maria Paula Carvalho

Tênis urbano

Ao lado das arenas principais, a Federação Francesa de Tênis (FFT) instalou uma novidade. Uma quadra de 6 x 12 metros, em que os jogadores usam uma bola de espuma. “É o tênis urbano, uma nova disciplina que estamos desenvolvendo na Federação Francesa de Tênis para tornar a prática do esporte acessível a todos”, explica Florian Lecef, da FTT. "Adorei. Dá vontade de seguir no tênis", comentou Amadou, de 9 anos.

Ao lado das arenas principais, a Federação Francesa de Tênis (FFT) instalou uma quadra de tênis urbano.
Ao lado das arenas principais, a Federação Francesa de Tênis (FFT) instalou uma quadra de tênis urbano. © RFI Maria Paula Carvalho

Roland Garros acontece todos os anos em Paris, no final de maio e início de junho, exceto durante a edição de 2020, que foi adiada para o outono, devido à pandemia de Covid-19. Dos quatro torneios de Grand Slam do mundo, é o único disputado no saibro. Costuma atrair olhares do mundo inteiro e normalmente muitos famosos.

Esta é também uma oportunidade para homenagear aquele que deu nome ao torneio e que não era jogador. “Roland Garros foi um aviador que morreu em combate na primeira Guerra Mundial. É um personagem muito célebre e é a ocasião para lembrarmos desta história”, destaca, com visível orgulho, o cardiologista francês Emanuel, um apaixonado por tênis.

Uma mulher no comando

Esta edição é dirigida, pela primeira vez, por uma mulher. Com 25 títulos de WTA, sendo dois de Grand Slam, um master 1.000 e a medalha de prata dos Jogos Olímpicos de Atenas, em 2004, Amélie Mauresmo tem experiência para o posto. "Queremos ver este estádio cheio, porque para vibrar de verdade, ele precisa estar cheio", disse numa entrevista coletiva.

“Mais de 90% dos ingressos já foram vendidos”, comemorou a diretora, que espera todas as quadras lotadas para a quinzena parisiense de tênis. Mauresmo prometeu um estádio mais confortável, com mais espaço para o público e os jogadores.

Criadas na edição de 2021, as “sessões noturnas” de Roland Garros continuam este ano. Agora sem o toque de recolher ou as restrições de público impostas pela pandemia. Estas sessões permitirão acomodar até 150 mil espectadores a mais do que em uma edição clássica, para um total de 600 mil espectadores esperados.

As dez sessões à noite, que começam às 20h30 pelo horário local (15h30 pelo horário de Brasília), prometem ser eletrizantes. Poucos minutos antes do início dos jogos, haverá um espetáculo musical com DJs que deve fazer a temperatura subir na quadra, numa época em que já faz bastante calor na França.

Beatriz Haddad representa o Brasil

A semana classificatória do torneio de Roland Garros foi aberta na segunda-feira (16). Os sete tenistas brasileiros que tentaram uma vaga foram desclassificados ainda na etapa eliminatória. Em 2022, a única a representar o Brasil no quadro de simples será Beatriz Haddad Maia. Na segunda-feira, a brasileira apareceu oficialmente entre as melhores tenistas do mundo na atualização do ranking da WTA, atingindo sua melhor colocação da carreira, a 49ª posição.

Beatriz faz história para o Brasil, se tornando a 5ª tenista brasileira a atingir tal desempenho. “O Brasil já teve outras mulheres entre as 50 melhores, mas é especial. Cada uma tem sua história, seu momento e a época em que jogou. Todas são motivo de orgulho e inspiração para mim. Ser mulher já não é fácil. O mundo ainda é machista,” afirma a jogadora.

Ao longo da carreira, Bia sofreu com muitas lesões, que resultaram em diversas cirurgias e pausas no circuito de tênis, além de ter passado por uma  suspensão por doping, em 2019.

Em entrevista à RFI Brasil, a número 1 da América Latina exaltou a importância de estar em boa forma. "Estou muito feliz por estar saudável. Esse sempre foi o foco principal da minha carreira. Estou cuidando do corpo essa semana e me sentindo bem, preparada e competitiva para começar Roland Garros", declarou. "Hoje me sinto pronta para competir contra qualquer adversária”, revelou.

“A minha maior rival sou eu mesma. Eu contra a Bia, meus pensamentos, meus anseios, minha vaidade, meu ego. Cada vez mais eu tento ficar mais concentrada e impor meu jogo", completou.

Beatriz Haddad é a única brasileira em Roland-Garros.
A paulista Beatriz Haddad Maia
A paulista Beatriz Haddad Maia © Arquivo Pessoal

Na primeira fase de Roland Garros, são realizadas três rodadas, seguindo para as oitavas de final, quartas, semifinais e a tão esperada final em cada categoria.

Nas arquibancadas das classificatórias, os estudantes Toni e Anastásia torciam por seus conterrâneos portugueses. “Nuno Borges conseguiu passar e estamos felizes. Infelizmente, Pedro e Gastão Dias não conseguiram, mas é assim. Agora temos dois jogadores e vamos ver como vai ser”, conta Toni.

“É a terceira vez que eu venho e gosto muito, é sempre divertido e o tempo hoje está muito bom”, disse Anastásia. “É um grande prazer estar de volta e poder compartilhar desse momento com os jogadores portugueses e brasileiros”, acrescentou.

Pedro Sousa, tenista português.
Pedro Sousa, tenista português. © AFP - PAUL CROCK

Recorde de prêmios

Em 2022, Roland Garos distribuirá uma premiação em dinheiro histórica: um total de € 43,6 milhões. Comparado ao da edição de 2019, a última disputada antes da crise sanitária, o prêmio em dinheiro do torneio de tênis aumentará mais de 6,8% (€ 42,66 milhões, há 3 anos) para atingir um novo valor recorde.

O atleta vencedor de Roland Garros vai levar um cheque de € 2,2 milhões, o equivalente a mais de R$ 11 milhões. A edição de 2021 foi vencida pelo sérvio Novak Djokovic, numa partida contra o grego Stefanos Tsitsipas, em 13 de junho de 2021.

O sérvio Novak Djokovic após a vitória na final do torneio Roland-Garros contra o grego Stefanos Tsitsipas, em 13 de junho de 2021.
O sérvio Novak Djokovic após a vitória na final do torneio Roland-Garros contra o grego Stefanos Tsitsipas, em 13 de junho de 2021. © Pierre René-Worms / RFI

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