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Comitê Olímpico de Israel orienta atletas a evitarem falar da guerra durante Olimpíada de Paris

O Comitê Olímpico de Israel orientou seus atletas a evitarem falar sobre a guerra ou a situação atual” do país antes de encerrarem suas participações nos Jogos de Paris 2024. A informação foi divulgada pela emissora pública israelense, Kan, nesta quinta-feira (18). 

Delegação israelense durante cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em 2016.
Delegação israelense durante cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em 2016. AP - Matt Slocum
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O objetivo seria blindar os atletas israelenses de possíveis manifestações antissemitas ao longo da Olimpíada, para que possam focar apenas nas competições, que começam no dia 26 de julho.

“Queremos que os atletas não falem sobre a situação antes da competição ao serem entrevistados, para que se concentrem”, disse a presidente do Comitê Olímpico de Israel, Yael Arad, informou o jornal Le Parisien.

“Mesmo os nossos atletas mais experientes precisarão ficar em silêncio para estarem 100% física e mentalmente [...] Esse é o trabalho deles, a especialidade deles, e até terminarem a competição é isso que devem fazer”, argumentou Arad.

Ex-judoca medalhista de prata em Barcelona 1992, ela conhece bem o ambiente dos Jogos e afirma que os competidores precisam se preparar psicologicamente para suas respectivas categorias, além do aprimoramento técnico. “Quem não competiu nas Olimpíadas não sabe o estresse que um atleta sofre”, ressaltou.

Preocupação com a segurança dos Jogos

A orientação do Comitê Olímpico de Israel aos seus atletas ocorre dentro de um contexto de preocupação com a segurança dos Jogos de Paris 2024, tanto para os esportistas como ao público. O alerta se refere principalmente à aguardada cerimônia de abertura, prevista para acontecer no rio Sena.

A menos de 100 dias dos Jogos, o presidente da França, Emmanuel Macron, afirmou que, em caso de ameaça de atentado terrorista, o evento de inauguração da Olimpíada poderá se limitar à praça do Trocadero, diante da torre Eiffel, ou ao Stade de France – o que seria um "banho de água fria" para o país.

Desde o ataque a uma casa de espetáculos em Moscou, em 22 de março, a França reforçou o plano de segurança nacional, chamado de Vigipirate. Outra medida foi planejar alternativas para a abertura dos Jogos, com uma cerimônia reduzida e mais segura, conforme Emmanuel Macron anunciou na última segunda-feira (15).

Conflitos com Hamas e Irã

Israel está envolvido há meses em conflitos com o grupo Hamas na Faixa de Gaza, e mais recentemente com o Irã, em uma escalada de tensão que se acirrou nas últimas semanas.

Nesta sexta-feira (19), no episódio mais recente, várias explosões foram registradas na região central do território iraniano, as quais os Estados Unidos atribuem a um ataque israelense, em retaliação aos envios de drones e mísseis contra Israel no fim de semana passado. 

Já o conflito com o Hamas começou após um ataque comandado pelo grupo extremista no dia 7 de outubro, que resultou na morte de 1.170 pessoas, a maioria civis, segundo um balanço da AFP, baseado em dados oficiais israelenses. Em resposta, Israel iniciou uma operação na Faixa de Gaza que se prolonga até o momento, sem sinal de trégua, uma vez que as negociações estão “estagnadas”.

Segundo o Ministério da Saúde do Hamas, até o momento 33.970 pessoas já foram mortas, principalmente civis, em consequência da ofensiva israelense. 

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