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Relatório anual da ONU sobre drogas alerta para expansão do uso de produtos sintéticos

A "produção barata, rápida e fácil" das drogas sintéticas transformou profundamente vários mercados mundiais, segundo o relatório anual da ONU sobre drogas, alertando para "consequências desastrosas". Na América do Sul, incluindo o Brasil, o tráfico relacionado à cocaína ameaça o meio ambiente e a população local. 

O boom das drogas sintéticas alimenta os mercados ilícitos em todo o mundo: ONU
O boom das drogas sintéticas alimenta os mercados ilícitos em todo o mundo: ONU AP - Andre Penner
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O fentanil, 50 vezes mais potente do que a heroína, "mudou radicalmente o consumo de opióides na América do Norte", destacou o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC, sigla em inglês) em comunicado que acompanha o seu relatório anual.

Em 2021, a maioria das mortes por overdose na América do Norte foi atribuída a essa droga, cuja produção pode aumentar. O escritório alerta para o impacto da guerra na Ucrânia, com "alguns sinais de que poderia desencadear uma expansão do tráfico de drogas sintéticas, devido ao conhecimento técnico existente e aos grandes mercados que se desenvolvem naquela região".

No último dia 16 de junho, o Observatório Europeu de Drogas e Toxicodependência (OEDT) alertou em seu relatório anual que os tipos e o acesso às drogas continuam aumentando na Europa, assim como a produção local. 

Fronteira tripla

O relatório também destaca as consequências ambientais do mercado das drogas. Na Bacia Amazônica, o cultivo de coca, com "oferta ainda recorde" e "redes cada vez mais ágeis", "agrava as atividades criminosas", como o desmatamento ilegal e o tráfico de animais silvestres. O documento cita, ainda, a violência provocada pelo tráfico na fronteira tripla entre Brasil, Colômbia e Peru, com violações de direitos humanos e ameaça à segurança e ao bem-estar de populações locais.

O UNODC cita, ainda, a situação no Afeganistão, onde a redução prevista do cultivo de papoula como resultado da proibição do mesmo pelos talibãs pode levar a uma mudança para a produção de metanfetamina, em um país que já é um dos maiores produtores deste estimulante, "principal droga sintética fabricada ilegalmente no mundo".

"Temos que intensificar a luta contra os traficantes que exploram os conflitos e as crises globais para expandir a produção de drogas, principalmente as substâncias sintéticas", advertiu Ghada Waly, diretora-executiva do UNODC, citada no comunicado.

Em nível mundial, "mais de 296 milhões de pessoas fizeram uso de drogas em 2021, um aumento de 23% em 10 anos", sendo a maconha a droga mais consumida, segundo o escritório. O número de pessoas que sofrem de transtornos relacionados às drogas aumentou 45% no mesmo período, mas apenas uma a cada cinco recebe tratamento.

 (com AFP)

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