EUA aprovam plenamente vacina da Pfizer-BioNTech, que passa a ser obrigatória para militares
Os Estados Unidos aprovaram plenamente, pela primeira vez, nesta segunda-feira (23), a vacina da Pfizer-BioNTech, contra a Covid-19. Até agora, todos os imunizantes haviam sido homologados apenas de maneira emergencial. A decisão poderia convencer as pessoas que hesitam em tomar a vacina e possibilitar instituições a impor a vacinação.
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A Agência americana de medicamento, a FDA, “aprovou a primeira vacina contra a Covid-19” no país, para as pessoas de mais de 16 anos, declarou em comunicado.
“Ainda que milhões de pessoas tenham recebido de maneira segura as vacinas contra a Covid-19, nós reconhecemos que, para alguns, esta autorização poderá dar mais confiança na vacinação”, declarou a chefe interina da FDA, Janet Woodcock, citada no comunicado.
A medida “deve conferir mais confiança no fato que a vacina é segura e eficaz”, também afirmou o presidente americano Joe Biden em uma rede social.
The FDA has officially approved the Pfizer COVID-19 vaccine. While all three COVID vaccines have met FDA's strict standards for emergency use, this FDA approval should give added confidence that this vaccine is safe and effective.
— President Biden (@POTUS) August 23, 2021
If you're not vaccinated yet, now is the time. https://t.co/XaxFdWHbRc
“Um dos argumentos do movimento antivacina, que alardeava falsamente que se tratava de uma vacina experimental, foi extinto”, afirmou Amesh Adalja, médico do centro Johns Hopkins pela segurança sanitária.
Vacinação obrigatória
A decisão poderá também permitir às autoridades americanas impor a vacinação sem temer recursos legais. A primeira consequência já pode ser observada: o Pentágono anunciou, logo após a homologação, que todos os membros das Forças Armadas serão vacinados.
A cidade de Nova York indicou que profissionais da educação, entre eles professores, deveriam receber ao menos uma dose da vacina antes de 27 de setembro. A medida atinge 150.000 trabalhadores. Até agora, somente 63% dos profissionais da área foram vacinados.
A autorização completa permite também aos médicos, como para todo medicamento, prescrever a vacina fora de casos recomendados. Isso poderia conduzir centenas de profissionais a decidir administrar o imunizante a crianças frágeis de menos de 12 anos para as quais o medicamento ainda não é autorizado.
No entanto, esta prática deve continuar rara, já que dados de testes clínicos ainda são esperados para essa população e devem ser publicados em breve.
A Pfizer anunciou em março ter começado testes em milhares de crianças de 6 meses a 11 anos, que continuam atualmente. Os resultados são otimistas e o laboratório espera entrar com um pedido de autorização emergencial da vacina para menores de 5 a 11 anos em setembro.
Mais de 200 milhões de pessoas, quase 61% da população americana recebeu ao menos uma dose da vacina, na maioria da Pfizer BioNTech.
O ritmo da vacinação ficou mais lento entre abril e julho, mas a curva das aplicações cotidianas voltou a subir nas últimas semanas. O número de doses administradas aumenta principalmente nos estados que registram o maior número de casos devido à variante Delta, muito contagiosa.
Documento e advertência
A autorização da FDA se fundamenta sobre testes clínicos que compreendem quase 20.000 pessoas de mais de 16 anos que receberam a vacina e 20.000 que tomaram um placebo. Aproximadamente 12.000 pessoas foram acompanhadas por no mínimo seis meses, segundo a agência.
“Nós avaliamos os dados científicos e as informações incluídas em centenas de milhares de páginas” e “conduzimos nossa própria análise de segurança e de eficácia” da vacina, explica Peter Marks, responsável científico da FDA. Ele precisou que o processo de produção da vacina também foi verificado, inclusive através de visitas às fábricas.
A autorização inclui uma advertência sobre um risco elevado de miocardite, uma inflamação do músculo cardíaco, após a vacinação. O risco é maior em homens jovens, nos sete dias após a segunda dose.
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