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Sob ameaça de intervenção militar, Mali, Burkina Faso e Níger assinam aliança defensiva

Os regimes militares do Mali, Burkina Faso e Níger assinaram no sábado (16) uma carta que estabelece uma aliança defensiva, anunciaram delegações ministeriais dos três países em Bamako, capital do Mali. Esta “Carta de Liptako-Gourma” cria “a Aliança dos Estados do Sahel” (AES), escreveu no X (ex-Twitter) o chefe da junta do Mali, Assimi Goita. Seu objetivo é “estabelecer uma arquitetura de defesa coletiva e assistência mútua”, ele sublinhou.

Militates do Níger em Niamey, em 21 de agosto de 2023 (Imagem ilustrativa).
Militates do Níger em Niamey, em 21 de agosto de 2023 (Imagem ilustrativa). AP - Sam Mednick
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O texto prevê, em seu artigo 6, que “qualquer ataque à soberania e integridade do território de uma ou mais partes contratantes será considerado uma agressão contra as outras partes e implicará um dever de assistência e socorro de todas as partes, individualmente ou coletivamente, incluindo a utilização da força armada para restaurar e garantir a segurança na área abrangida pela Aliança”.

Desde o golpe de 26 de julho no Níger, a Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental (Cedeao) tem mantido uma posição constante: as autoridades militares devem “restaurar imediatamente a ordem constitucional”, libertando o presidente deposto Mohamed Bazoum e o reinstalando em suas funções.

A organização da África Ocidental ameaçou repetidamente com uma intervenção armada e impôs pesadas sanções econômicas ao Níger. Os vizinhos Burkina Faso e Mali, no entanto, acreditam que uma operação militar contra seu país seria uma “agressão ilegal e sem sentido” e prometeram uma “resposta imediata” a qualquer agressão.

“Esta aliança será uma combinação de esforços militares e econômicos entre os três países”, informou o ministro de Assuntos Estrangeiros do Mali, Abdoulaye Diop, aos jornalistas. “Nossa prioridade é a luta contra o terrorismo nos três países”, ele acrescentou.

Jihadismo

A região de Liptako-Gourma – que faz fronteira com o Mali, Burkina Faso e Níger – tem sido devastada pelo jihadismo nos últimos anos. Os vizinhos Mali e Burkina Faso, liderados por militares que chegaram ao poder por meio de golpes de Estado em 2020 e 2022, mostraram rapidamente sua solidariedade para com os generais de Niamey após o golpe.

Estes militares permanecem inflexíveis e mantêm prisioneiro desde 26 de julho o presidente deposto Mohamed Bazoum, a quem pretendem processar por “alta traição”.

No Níger, cerca de dez ataques jihadistas deixaram mais de uma centena de mortos, sendo metade civis, desde o golpe de Estado.

A “Aliança do Sahel” reúne diversos países e instituições internacionais como a França, a Alemanha e os Estados Unidos, que suspenderam seus programas de ajuda ao Níger.

(Com informações da AFP)

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