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Níger: militares da África Ocidental discutem invasão; Berlim pede que UE aplique sanções ao país

Os chefes de estado-maior do exército da África Ocidental se reuniram na quinta-feira (17), em Gana, para discutir uma possível intervenção armada no Níger após o golpe de estado. Berlim pediu sanções europeias.

Os chefes de estado-maior do exército da África Ocidental se reúnem, em Gana, para discutir uma possível intervenção armada no Níger
Os chefes de estado-maior do exército da África Ocidental se reúnem, em Gana, para discutir uma possível intervenção armada no Níger REUTERS - FRANCIS KOKOROKO
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"A democracia é aquilo que defendemos e apoiamos", afirmou o Chefe do Estado-Maior da Nigéria, General Christopher Gwabin Musa, no encontro entre os dirigentes militares dos países da Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental (Cedeao).

Mas apesar da operação armada ainda estar em discussão, a Cedeao parece ainda privilegiar o diálogo com o grupo que derrubou o presidente Mohamed Bazoum em 26 de julho e colocou o general Abdourahamane Tiani à frente do país.

"O objetivo da nossa reunião não é simplesmente reagir aos acontecimentos, mas traçar de forma proativa um caminho que leve à paz e apoie a estabilidade", continuou o general Gwabin Musa. A reunião crucial ocorre dois dias depois de um ataque mortal no sudoeste do Níger por supostos jihadistas, em que pelo menos 17 soldados nigerianos foram mortos e 20 feridos.

Alemanha pede que União Europeia aplique sanções

Na frente diplomática, a Alemanha elevou o tom na quinta-feira ao pedir à União Europeia que aplique "sanções" contra os golpistas no Níger, um país crucial para o fornecimento de urânio ao continente europeu.

"Após a suspensão da cooperação no âmbito do desenvolvimento e segurança, queremos que a UE aplique sanções aos golpistas", escreveu o Ministério das Relações Exteriores da Alemanha no X (antigo Twitter).

Em visita à Nigéria, a ministra alemã da Cooperação, Svenja Schulze, conduziu "discussões em Abuja para ver a melhor forma de apoiar os esforços da Cedeao", indicou ainda o ministério.

Programa Mundial de Alimentos preocupado com as consequências

O Programa Mundial de Alimentos (PMA), agência das Nações Unidas, está preocupado com as consequências das sanções impostas pela Cedeao ao Níger. O PMA destaca, entre outras coisas, os efeitos sobre os agricultores nigerianos. “Os produtores estão sofrendo com o fechamento das fronteiras, porque dependem de exportações para Nigéria e Benin”.

A Cedeao tomou medidas de retaliação que "afetam fortemente o abastecimento de alimentos vitais e suprimentos médicos do país", alertou o PMA.

Solução pacífica

Os apelos para uma solução pacífica para a crise se multiplicaram nos últimos dias, inclusive entre alguns parceiros ocidentais, como os Estados Unidos, que anunciaram na quarta-feira (16) que uma nova embaixadora, Kathleen FitzGibbon, se instalaria em breve em Niamey.

"Isso não é um sinal de mudança na política dos EUA, mas de seu envolvimento contínuo" para encontrar uma solução diplomática, disse um porta-voz do Departamento de Estado.

Ao mesmo tempo, o novo regime nigerino também procura aliados na região. Na terça-feira (15), o primeiro-ministro nomeado pelos militares em Niamey, Ali Mahaman Lamine Zeine, deslocou-se a N'Djamena onde foi recebido pelo presidente transitório do Chade, Mahamat Idriss Deby Itno. Ele disse que o seu país está "num processo de transição", sem, no entanto, especificar a sua duração antes de possíveis eleições para o regresso à ordem constitucional.

O Chade, grande potência militar na região do Sahel, anunciou na semana passada que não participará de nenhuma intervenção militar ao lado da Cedeao, à qual não pertence. Os vizinhos Mali e Burkina Faso, também liderados por militares que chegaram ao poder através de golpes em 2020 e 2022, rapidamente se solidarizaram com os generais de Niamey.

(Com AFP)

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