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Ciclone Hidaya atinge Quênia e Tanzânia após temporais que deixaram centenas de mortos

Praias desertas e lojas fechadas: as fortes chuvas e ventos provocados pelo ciclone tropical Hidaya que atingem áreas costeiras do Quênia e da Tanzânia, neste sábado (4), deixam as autoridades dos dois países em estado de alerta. 

O ciclone Hidaya atinge o litoral do Quênia no momento em que áreas do país ainda sofrem com as chuvas torrenciais que caíram nos últimos dias, provocando inundações.
O ciclone Hidaya atinge o litoral do Quênia no momento em que áreas do país ainda sofrem com as chuvas torrenciais que caíram nos últimos dias, provocando inundações. AP - Patrick Ngugi
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O novo fenômeno meteorológico atinge os dois países vizinhos após semanas de chuvas torrenciais e inundações que devastaram várias partes da África Oriental e deixaram mais de 400 mortos. Até a tarde de sábado, nenhuma vítima ou dano grave foram relatados desde a chegada do ciclone ao litoral da Tanzânia proveniente do Oceano Índico.

“É tão estranho hoje ver tão poucas pessoas na praia, estamos habituados a ver multidões, principalmente durante o fim de semana”, disse Yusuf Hassan, residente em Dar es Salaam, a principal cidade da Tanzânia. “As pessoas estão com medo.”

Segundo o serviço de meteorologia do Quênia, antes de chegar ao litoral, a velocidade dos ventos do ciclone no mar era superior a 75 km/h, provocando ondas de mais de 2 metros de altura.

Novas chuvas fortes são esperadas ao longo da costa do Oceano Índico a partir de domingo (4) e devem se intensificar nos próximos dois dias, alertaram as autoridades. O ministro do Interior queniano, Kithure Kindiki, anunciou a proibição de todas as atividades de praia, nado e pesca. 

A Autoridade Meteorológica da Tanzânia registrou ventos e chuvas intensas ao longo da costa durante a noite de sábado. Na região de Mtwara, 75,5 mm de chuva caíram em 12 horas, enquanto a precipitação média para o mês de maio é de 54 mm. A agência pediu aos residentes em zonas de risco e às pessoas que trabalham no setor marítimo que tomem “a máxima precaução”.

Na sexta-feira (3), o centro climático regional ICPAC previa que o ciclone Hidaya poderia provocar rajadas de vento de 165 km/h ao chegar ao litoral da Tanzânia. Por isso, o transporte marítimo foi suspenso no arquipélago de Zanzibar.

Fenômenos amplificados pelo El Niño

A temporada de ciclones no sudoeste do Oceano Índico costuma se estender de novembro a abril, período em que ocorrem cerca de 12 tempestades a cada ano. Porém, a costa leste da África tem estado particularmente vulnerável às mudanças climáticas. As chuvas em 2024 são amplificadas pelo fenômeno El Niño, que tem causado secas em algumas partes do mundo e chuvas fortes e abundantes em outras regiões.

Desde março, as chuvas torrenciais no Quênia mataram pelo menos 210 pessoas e deixaram uma centena de desaparecidos. Ao menos 165 mil moradores foram deslocados de seus locais de moradia por causa dos temporais, segundo dados oficiais. 

Os temporais registrados no mesmo período na Tanzânia provocaram 155 mortes, inundações e deslizamentos de terra. 

No Burundi, pelo menos 29 pessoas morreram e 175 ficaram feridas desde o início da estação chuvosa em setembro, e outras mortes relacionadas com o clima também foram notificadas na Etiópia, Ruanda, Somália e Uganda.

No final de 2023, as chuvas torrenciais no Quênia, na Somália e na Etiópia causaram a morte de mais de 300 pessoas, numa região que lutava para se recuperar da pior seca registrada em 40 anos.

(Com AFP)

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