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África e Covid-19: OMS deplora "desigualdades chocantes" no acesso às vacinas

A Organização Mundial da Saúde (OMS) lamentou nesta terça-feira (24) as "desigualdades chocantes no acesso às vacinas" contra a Covid-19, durante a abertura de uma reunião anual virtual de ministros da saúde do continente africano.

Apenas 1% da população africana está totalmente vacinada contra a Covid-19. Aqui em um centro de vacinação perto de Joanesburgo, África do Sul, em 3 de junho de 2021.
Apenas 1% da população africana está totalmente vacinada contra a Covid-19. Aqui em um centro de vacinação perto de Joanesburgo, África do Sul, em 3 de junho de 2021. © AP - Denis Farrell
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"Globalmente, 140 países vacinaram pelo menos 10% de sua população, mas em nosso continente apenas quatro países foram capazes de atingir essa meta, devido às chocantes desigualdades no acesso às vacinas", disse Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS .

Segundo ele, “a crise da vacina ilustra a fraqueza fundamental na origem da pandemia: a falta de solidariedade e compartilhamento global - compartilhamento de informações e dados, amostras biológicas, recursos, tecnologia e ferramentas”.

A fim de fortalecer a solidariedade global em tempos de pandemia, o diretor-geral da OMS exortou os países africanos a apoiarem "um tratado internacional ou qualquer outro instrumento jurídico que possibilite melhorar a cooperação internacional" em termos de resposta à pandemia. Um tratado que poderá ser discutido em novembro deste ano em uma sessão especial da Assembleia Mundial da Saúde.

“O dispositivo da Covax já entregou 40 milhões de doses da vacina aos países africanos, o que é apenas uma pequena fração das doses necessárias para proteger as populações do continente contra os riscos de doenças graves e as morte ligadas à Covid-19”, destacou também Matshidiso Moeti, diretora-regional da OMS para a África.

“Lamentamos profundamente os atrasos e as dificuldades em respeitar os acordos devido a acontecimentos imprevistos durante a pandemia. Aprendemos muitas lições”, continuou.

Na verdade, a epidemia de Covid-19 representa "tanto uma oportunidade quanto um lembrete gritante da necessidade de repensar os sistemas que aumentam a equidade e de investir mais no desenvolvimento de um mundo mais saudável e justo", segundo a OMS.

Para além da resposta à Covid-19, esta "71ª sessão do Comité Regional da OMS para África" deve incidir também na luta contra "todas as formas de poliomielite", câncer do colo do útero, tuberculose, HIV, infecções sexualmente transmissíveis, hepatite e meningite.

EUA: Pandemia pode chegar ao fim em 2022

Com 1,96 bilhão de injeções, a China ainda concentra quase quatro em cada dez doses administradas em todo o mundo. Índia (589 milhões) e Estados Unidos (363 milhões) completam o pódio em termos absolutos. Mas, em relação ao contingente populacional, os Emirados Árabes Unidos são os campeões da vacinação, entre os países com mais de um milhão de habitantes. Eles administraram 179 doses por 100 habitantes e estão se aproximando de 75% da população totalmente vacinada.

Os Estados Unidos podem controlar a epidemia de Covid-19 no início de 2022 com a aprovação de várias outras vacinas nas próximas semanas, disse o médico  Anthony Fauci nesta terça-feira. O maior especialista em doenças infecciosas da América disse em entrevistas na televisão que a aprovação final da vacina da Pfizer pela Food and Drug Administration (FDA) abre caminho para que mais pessoas sejam vacinadas.

As vacinas contra o coronavírus desenvolvidas pela Moderna e Johnson & Johnson, ainda em estágio de autorização temporária, podem ser totalmente aprovadas pelo FDA nas próximas semanas e seu uso em crianças pode ser autorizado neste outono.

Anthony Fauci, consultor médico sênior do presidente Joe Biden e diretor do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas, disse que espera que a Moderna e a Johnson & Johnson obtenham a aprovação total "bastante rapidamente", talvez dentro de algumas semanas.

"Eu acho que há uma chance razoável" de que a Pfizer ou a Moderna consigam autorização do FDA para crianças pequenas antes do fim de novembro, disse Fauci à NBC News. "Esperançosamente no meio do outono e início do inverno", disse ele. “Se conseguirmos chegar à esmagadora maioria de 80 a 90 milhões de pessoas que ainda não foram vacinadas, que estão relutantes em ser vacinadas ou que ainda não tiveram a chance de serem, acredito que poderemos ver a luz no final do túnel ", acrescentou.

Autoridades de saúde norte-americanas esperam que a luz verde final convença mais estados, comunidades locais e empregadores privados a tornar a vacina obrigatória, e também dissipar as dúvidas de alguns céticos da vacina.

(Com informações da AFP)

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