Austrália anuncia acordo de transferência de refugiados aos EUA
O acordo entre os governos australiano e americano se aplica principalmente aos 1,6 mil refugiados que estão nos centros de detenção que a Austrália construiu nas ilhas Nauru e Manus. Também se aplica aos 370 refugiados que foram trazidos das ilhas e estão em solo australiano para tratamento médico.
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Luciana Fraguas, correspondente da RFI em Melbourne
A prioridade é fechar esses centros. Um deles, o centro de Nauru, foi considerado ilegal pelo governo da Papua Nova Guiné e vai ser fechado no ano que vem. Isso colocou os refugiados em estado de limbo, sem ter para onde ir, e forçou o governo a buscar um terceiro país para recebê-los.
O acordo não diz quantas pessoas serão transferidas para os Estados Unidos, o governo americano é quem vai decidir. Famílias, mulheres e crianças terão prioridade. Se uma família não for aceita, a alternativa é voltar para o país de origem ou receber apoio financeiro para viver legalmente na Papua Nova Guiné ou no Camboja.
Governo australiano tem pressa para resolver a questão
Oficiais do departamento de segurança dos Estados Unidos devem chegar à Austrália nos próximos dias para começar o processamento dos papéis. Eles vão decidir quantos refugiados poderão ir viver em solo americano e determinar quando isso vai acontecer.
Mas o governo australiano tem pressa – o anúncio foi feito seis dias após os resultados das eleições no Estados Unidos. O primeiro-ministro Malcolm Turnbull explicou que o acordo vem sido discutido há quase três anos.
Bastante pressionado pelos partidos da oposição e pela mídia, Turnbull disse que acredita que o governo do presidente recém-eleito Donald Trump vai honrar os acordos firmados pelo governo de Barack Obama. Mas muitos permanecem céticos, já que Trump foi eleito numa plataforma anti-imigração.
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