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Forças iraquianas anunciam tomada de Ramadi do grupo Estado Islâmico

As forças iraquianas entraram nesta terça-feira (22) no centro de Ramadi, uma cidade a oeste de Bagdá que se tornou uma prioridade para o governo na luta contra o grupo Estado Islâmico (EI).  A organização jihadista conquistou Ramadi em maio depois de uma campanha violentíssima. Desde então, o exército tenta retomar o controle com o apoio dos bombardeios da coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos, de forças sunitas inimigas do grupo EI e dos combatentes curdos conhecidos como peshmergas.

Foto de arquivo mostra famílias fugindo de Ramadi em direção a Bagdá no final de novembro
Foto de arquivo mostra famílias fugindo de Ramadi em direção a Bagdá no final de novembro REUTERS/Thaier Al-Sudani
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"Entramos no centro de Ramadi por várias frentes e começamos a atuar nos bairros residenciais", afirmou o porta-voz da unidade antiterrorista do exército iraquiano, Sabah al-Noman. O militar afirmou que as tropas iraquianas "entraram nos bairros de Al-Bikr e Al-Ramel sem grande resistência, exceto da parte de alguns franco-atiradores e homens-bomba", que eram as formas de resistência que elas já esperavam encontrar.

"A cidade estará completamente liberada nas próximas 72 horas", completou Noman, confirmando as declarações do ministro da Defesa, Khaled al-Obaidi, que garantiu no sábado que suas tropas conquistariam Ramadi até o fim do ano. Um outro militar, que pediu anonimato, informou à AFP que as forças iraquianas se encontram a menos de 1 km do antigo palácio do governo, utilizado como sede administrativa pelo grupo Estado Islâmico.

Esta mesma fonte afirmou que os militares construíram pontes sobre o rio Eufrates, que foram utilizadas como acesso às zonas residenciais e ao centro. Isso foi possível graças à reconquista, há 15 dias, do bairro de Tamim, no sudeste da cidade. Essa vitória da coalizão causou uma grande fuga de bandidos do grupo EI, que constroem túneis subterrâneos para evitar os bombardeios da coalizão. Na semana passada, fontes militares afirmaram que não restavam mais do que 300 combatentes da organização jihadista na cidade, capital da província de Al-Anbar.

Nos últimos dias, o comando militar promoveu uma campanha para que a população civil também tentasse deixar Ramadi, principalmente a região central, onde estão refugiados os últimos jihadistas. Panfletos avisando sobre um ataque iminente foram distribuídos, mas a população ainda enfrenta dificuldades para escapar do cerco jihadista. Mesmo assim, nas últimas 24 horas, cerca de 15 famílias conseguiram fugir de Al-Huz, onde fica o palácio governamental.

Grupo Estado Islâmico recua nas duas frentes

Desde que assumiu o comando de Ramadi, em maio, o grupo Estado Islâmico se viu obrigado a permanecer na defensiva no território iraquiano, principalmente por conta do reforço das operações da coalizão após a entrada da Rússia na frente síria. Nos últimos meses, a facção ultraconservadora perdeu Tikrit e Baiji, ao norte de Bagdá, para as forças do governo e das Unidades de Mobilização Popular, uma coalizão de milícias de maioria xiita. Apesar de sua comprovada eficiência no fronte, estas últimas ficaram à margem da operação em Ramadi, já que a maior parte da população é sunita.

Em pesquisa publicada nesta segunda-feira, o instituto londrino IHS Jane's calculou que o grupo EI perdeu em 2015 quase 14% do território que conquistou no ano passado na Síria e no Iraque, o que equivale a 12,8 mil quilômetros quadrados. Mesmo assim, mais de 78 mil quilômetros quadrados - quase quatro vezes o território de Israel - continuam sob poder dos jihadistas. A estimativa foi feita com base em informações retiradas das redes sociais e obtidas com fontes nos dois países.

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