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Estados Unidos

Na ONU, Papa denuncia "asfixia" dos países pobres por instituições financeiras

Diante de personalidades as mais variadas do cenário político mundial – da chanceler Angela Merkel à ativista paquistanesa Malala – o Papa Francisco fez, na tarde desta sexta-feira (25), o seu tão aguardado discurso na sede das Nações Unidas em Nova York. Francisco foi do tráfico de drogas ao acordo nuclear iraniano, sem deixar de mirar no sistema econômico, uma de suas críticas mais recorrentes.

Papa Francisco durante discurso na ONU.
Papa Francisco durante discurso na ONU. REUTERS/Tony Gentile
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O pontífice pediu uma reforma do sistema econômico global, que ele denunciou como opressivo. "Os organismos financeiros internacionais devem zelar pelo desenvolvimento sustentável dos países e não a submissão asfixiante destes por sistemas de crédito que, longe de promover o progresso, submetem as populações a mecanismos de maior pobreza, exclusão e dependência", afirmou o papa.

Em um trecho que foi interpretado por muitos como uma alusão ao casamento gay e à transsexualidade, Francico denunciou a “colonização ideológica” que imporiam aos indivíduos “modelos de vida anormais e irresponsáveis”. Ele pediu à ONU o “reconhecimento de uma lei moral inscrita na própria natureza humana, que compreende a distinção natural entre homem e mulher”.

Falando sobre a questão climática, Francisco manifestou estar convicto de que as difíceis negociações sobre o clima em Paris, em dezembro, resultarão em um esperado acordo. "Estou confiante de que a Conferência de Paris sobre a Mudança Climática vai garantir acordos fundamentais e efetivos". Francisco também denunciou o narcotráfico, que "silenciosamente cobra a vida de milhões de pessoas" e criticou que não é suficientemente combatido.

Acordo nuclear

O papa classificou o acordo selado entre o Irã e as grandes potências ocidentais sobre o programa nuclear de Teerã de "prova de boa vontade e de direito". "O recente acordo sobre a questão nuclear em uma região sensível da Ásia e do Oriente Médio é uma prova das possibilidades da boa vontade política e do direito, exercitados com sinceridade, paciência e constância", afirmou sem mencionar explicitamente o Irã.

O primeiro papa do continente americano discursou em espanhol e marcou sua posição antes da cúpula sobre o desenvolvimento que será inaugurada imediatamente depois, com seu apelo para que os dirigentes lutem contra a pobreza e a mudança climática e para resolver os conflitos que obrigam milhões de pessoas a fugir de seus lares no mundo.

O Sumo Pontífice argentino foi recebido pelo secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, sua esposa e um grupo de crianças que entregaram flores ao santo padre. Esta é a quinta visita de um papa à sede das Nações Unidas, depois de Paulo VI em 1965, João Paulo II em 1979 e 1995 e Bento XVI, em 2008.

(Com informações da AFP)
 

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