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Religião/Papa Francisco

Papa autoriza perdão a mulheres que fizeram aborto

O papa Francisco anunciou nesta terça-feira (1) que os padres de todo o mundo poderão perdoar as católicas arrependidas que abortaram e as pessoas que realizaram a intervenção. O perdão poderá ser concedido durante o ano do Jubileu, que começa em dezembro. O gesto do papa visa aliviar a “injustiça” desse drama vivido por muitas mulheres.

Papa Francisco autoriza os padres a perdoarem, durante o ano do Jubileu, as mulheres que abortaram.
Papa Francisco autoriza os padres a perdoarem, durante o ano do Jubileu, as mulheres que abortaram. REUTERS/Tony Gentile/Files
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A decisão do papa Francisco foi anunciada em uma carta enviada ao organizador do “Jubileu da misericórdia”, o padre italiano Rino Fisichella. No texto, o sumo pontífice descreve várias possibilidades para que o maior número possível de católicos arrependidos possam ser perdoados de seus pecados. A decisão sobre o aborto, que já foi chamado por Francisco de “horror”, é, no entanto, a mais surpreendente.

"Conheço bem as condições que conduziram (as mulheres) a esta decisão. Sei que é um drama existencial e moral. Encontrei muitas mulheres que levavam em seu coração uma cicatriz por esta escolha sofrida e dolorosa", escreveu o papa que nasceu na América Latina, onde o aborto é ilegal em muitos países.

"Alguns vivem o drama do aborto com uma consciência superficial, quase sem perceber o gravíssimo mal que representa um ato deste tipo. Muitos outros, porém, inclusive vivendo este momento como uma derrota, consideram não ter outro caminho", completa. "O perdão de Deus não pode ser negado a qualquer um que tenha se arrependido", ressalta o pontífice.

Medida excepcional

A medida é excepcional e só poderá ser concedida pelos padres no ano do Jubileu dedicado à "misericórdia", que vai de 8 de dezembro de 2015 a 1 de setembro de 2016. Além das mulheres católicas arrependidas, também poderão ser perdoadas as pessoas que realizaram o aborto, como médicos ou familiares que obrigaram a grávida a interromper a gestação.

Segundo as normas da Igreja, os bispos são os responsáveis por conceder o perdão de acordo com o caso. O direito canônico considera o aborto um pecado particularmente grave que implica a excomunhão automática, exceto se a pessoa tiver sido forçada a fazê-lo.

O aborto é um tema delicado na Igreja Católica. Durante o papado de Bento XVI, a posição do Vaticano sobre a questão era particularmente severa. Em 2009, ele chegou a apoiar a excomunhão de uma mulher e dos médicos que ajudaram no aborto de uma menina de 9 anos violentada pelo padrasto no nordeste do Brasil, considerando que o estupro era "menos grave que o aborto".

(com informações da AFP)
 

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