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Conflito/Síria

Turquia bombardeia Síria após ataque que matou civis turcos

O exército turco continua a bombardear nesta quinta-feira o posto de controle próximo da cidade de Tel Abyad, em território sírio, um dia depois que um morteiro proveniente da Síria matou cinco civis em Akçakale, um vilarejo turco no sudeste do país, próximo da fronteira. A comunidade internacional foi unânime em condenar a agressão síria nesta quinta-feira, enquanto o parlamento turco debate um texto autorizando o exército a realizar operações militares em território sírio.

Posto de controle na localidade de Akçakale onde obuses disparados nesta quarta-feira a partir do lado sírio da fronteira mataram três pessoas e feriram outras nove.
Posto de controle na localidade de Akçakale onde obuses disparados nesta quarta-feira a partir do lado sírio da fronteira mataram três pessoas e feriram outras nove. REUTERS/Murad Sezer
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Segundo os serviços de segurança turcos, o morteiro lançado a partir do território sírio que matou duas mulheres e três crianças turcas na noite desta quarta-feira vinha de Tel Abyad, a dez quilômetros da fronteira turca. As mesmas fontes anunciaram que soldados sírios fieis ao presidente Bashar al-Assad foram mortos durante esse bombardeio.

O incidente, o mais grave desde a destruição de um avião turco pela defesa antiaérea síria em junho, foi condenado pela Otan, pela União Europeia e pelos Estados Unidos, que exprimiram sua solidariedade com o governo de Ankara, país membro da aliança.

A Turquia também fez um pedido nesta quarta-feira ao Conselho de Segurança das Nações Unidas para que o órgão tome "as medidas necessárias" para fazer com que essa "agressão" síria acabe.

Sergueï Lavrov, o chanceler russo, pediu hoje que as autoridades sírias reconheçam publicamente o caráter acidental do tiro de morteiro que matou cinco civis. Em visita a Islamabad, no Paquistão, Lavrov afirmou que o governo sírio garantiu que o que aconteceu na fronteira com a Turquia foi um "acidente trágico" que não vai se reproduzir.

O chanceler britânico William Hague disse hoje em Budapeste, onde realiza uma visita oficial, que a reação da Turquia é compreensível após um ato "escandaloso". "Nós declaramos nossa solidariedade à Turquia, mas não queremos assistir a uma escalada de violência após esse incidente", disse o chefe da diplomacia britânica.

O chanceler francês Laurent Fabius disse que o incidente é "uma séria ameaça à paz". Já o ministro alemão das Relações Exteriores, Guido Westerwelle, pediu a Ankara uma reação "comedida".

Ankara

A Turquia se prepara para um eventual agravamento da situação. O parlamento turco está reunido em caráter de emergência, a portas fechadas, para autorizar formalmente o exército a realizar operações sobre o território sírio.

Os deputados debatem um texto proposto pelo governo estipulando que, se necessário, ele pode ordenar operações armadas na Síria porque as hostilidades visando o país estão a ponto de se tornar um ataque militar e podem ameaçar o território turco. A autorização do parlamento será válida por um ano.

A oposição declarou que vai votar contra, mas o Partido da Justiça e do Desenvolvimento, do primeiro-ministro Recep Tayyip Erdogan, dispõe de uma maioria confortável no parlamento e deve ter o pedido aprovado.

O envolvimento militar da Turquia no conflito sírio confirma o temor já manifestado pelo secretário-geral da ONU, Ban Ki Moon, pelo mediador internacional LaKhdar Brahimi e pelo secretário-geral da Liga Árabe, Nabil Al-Arabi, de que a crise síria se transforme em um conflito regional.

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