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Turquia/ Síria

Na Turquia, Clinton promete "acelerar" fim de regime sírio

A secretária de Estado americana, Hillary Clinton, e seu colega turco Ahmet Davutoglu manifestaram hoje o temor de que a Síria se torne um santuário para "terroristas do PKK [grupo separatista curdo] ou da Al-Qaeda". Hillary prometeu "acelerar" o fim do regime do presidente Bashar al-Assad e disse que estuda, junto com os turcos, a criação de uma zona de exclusão aérea na Síria.

Secretária de Estado americana, Hillary Clintou, falou a jornalistas ao lado do colega turco, Ahmet Davutoglu, neste sábado.
Secretária de Estado americana, Hillary Clintou, falou a jornalistas ao lado do colega turco, Ahmet Davutoglu, neste sábado. REUTERS/Osman Orsal
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Após um encontro com o ministro das Relações Exteriores turco, a secretária de Estado se comprometeu a "acelerar o fim do banho de sangue e do regime Assad" na Síria, durante uma entrevista coletiva à imprensa em Istambul. "Este é o nosso objetivo estratégico", disse.

"A Síria não deve se tornar um santuário para os terroristas do PKK, seja agora ou após a queda do regime" do presidente Bashar al-Assad, disse ela, referindo-se ao movimento armado curdo que combate o governo da Turquia, aliada de Washington. Hillary acrescentou que os Estados Unidos temem que "terroristas do PKK, da Al-Qaeda ou de outros tirem proveito da luta legítima do povo sírio pela liberdade para promover suas próprias agendas".

O ministro Davutoglu, cujo país combate o PKK desde 1984, considerou que "não há lugar para um vazio de poder na Síria" que possa beneficiar os rebeldes do PKK, o Partido dos Trabalhadores do Curdistão, e destacou que a transição na Síria deve se desenvolver no prazo mais breve possível.

O primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, acusou recentemente o regime de Damasco, com o qual Ancara rompeu, de ter deixado várias áreas do norte da Síria com o PKK e alertou que a Turquia poderá exercer o seu direito de perseguir os rebeldes além de suas fronteiras.

Exclusão aérea

Os Estados Unidos e a Turquia estão considerando estabelecer zonas de exclusão aérea sobre o território da Síria e outras medidas para ajudar os grupos rebeldes sírios, num momento em que o conflito no país se intensifica, disse Hillary. Ela afirmou que Turquia e os EUA precisavam acertar detalhes do planejamento operacional sobre os meios de dar assistência aos rebeldes que lutam para depor o presidente sírio.

"Nossos serviços de inteligência, nossos militares têm responsabilidades muito importantes e papéis a desempenhar, por isso nós vamos criar um grupo de trabalho para fazer exatamente isso", disse ela. Indagada sobre se essas conversas incluem opções como a imposição de uma zona de exclusão aérea sobre o território que os rebeldes alegam controlar, Hillary indicou que essa é uma opção possível.

"Essas questões são exatamente as mesmas sobre as quais eu e o ministro concordamos que requerem uma análise profunda", respondeu a secretária, embora tenha indicado que nenhuma decisão será necessariamente imediata. A imposição de zonas de exclusão aérea por potências estrangeiras foi crucial para ajudar os grupos rebeldes da Líbia a deporem Muammar Kadafi no ano passado.

A chefe da diplomacia americana também justificou as sanções contra o grupo xiita libanês Hezbollah, decididas na véspera por Washington. "Seguimos aumentando a pressão externa. Anunciamos ontem em Washington sanções destinadas a expor e a romper os vínculos entre Irã, Hezbollah e Síria, que prolongam a vida do regime de Assad", declarou Hillary.

Confrontos em Damasco

Forças leais ao presidente da Síria, Bashar al-Assad, entraram em confronto neste sábado com rebeldes no centro da capital, Damasco, perto do Banco Central sírio, disseram moradores e a TV estatal. Os combates começaram depois de uma explosão e pareciam estar se disseminando, segundo uma moradora.

"A explosão foi enorme. Houve luta na última meia hora ao longo da rua Paquistão. Estou bem perto da área. Você consegue escutar?", perguntou ela, enquanto se ouvia um forte estrondo.

A TV estatal informou que "terroristas" - termo usado para tratar dos combatentes da oposição - tinham explodido uma bomba em Merjeh, uma área perto do banco central. "Eles estavam atirando a esmo para semear o pânico entre os cidadãos", segundo a emissora. "As autoridades estavam perseguindo os grupos "terroristas", acrescentou.

Desde o início do levante contra Assad, há 17 meses, o centro de Damasco praticamente não vinha sendo afetado pelo conflito.
 

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