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Chirac/ Macron

Macron faz discurso televisivo em homenagem a Chirac e decreta luto nacional

O presidente francês Emmanuel Macron prestou homenagem a Jacques Chirac na noite quinta-feira (26), durante um discurso televisionado. Chirac, que morreu aos 86 anos, era "um destino francês" e "um estadista que amamos tanto quanto ele nos amou". Confira trechos da intervenção do chefe de Estado na TV pública francesa.

Discurso televisivo de Emmanuel Macron sobre Jacques Chirac em 26 de setembro de 2019.
Discurso televisivo de Emmanuel Macron sobre Jacques Chirac em 26 de setembro de 2019. Twitter Emmanuel Macron/ captura de tela
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“Ele nos amou por mais de 40 anos de vida política, fez de Jacques Chirac um rosto familiar, e se compartilhamos ou não suas idéias, suas lutas, todos nos reconhecemos nesse homem que se parecia conosco e nos reunia”, disse Macron.

Macron lembrou que Chirac era neto de um professor.  “Funcionário público de alto nível, parlamentar, ministro, presidente do conselho geral de Corrèze, primeiro ministro, prefeito de Paris e presidente da República, exerceu as mais altas funções em nosso país. Sem nunca esquecer suas raízes”, disse.

“O presidente Chirac incorporou uma certa ideia da França. Uma França da qual ele tem constantemente vigiado a unidade, a coesão e corajosamente protegido contra extremos e ódio”, afirmou Macron sobre o ex-presidente conservador. 

“Uma França que olha sua história de frente e assim conseguiu reconhecer durante o discurso das responsabilidades de Vel Hiv nas horas mais sombrias da Segunda Guerra Mundial. Como ele foi capaz de levantar, doze anos depois, o exemplo justo”, disse Macron, sobre um episódio doloroso da história francesa. 

Macron citou também episódios mais importantes da vida política internacional do estadista. “Uma França independente e orgulhosa, capaz de resistir a uma intervenção militar injustificada quando recusou em 2003 a invasão do Iraque sem mandato das Nações Unidas. Quando ele prometeu pôr um fim às guerras na ex-Iugoslávia. Ou quando ele trabalhou para restaurar a paz e a segurança no Líbano.”

“Uma certa ideia de mundo”

“O presidente Chirac incorporou uma certa ideia de mundo. Ao comprometer-se com a Europa das pessoas e não com a Europa dos mercados, uma Europa mais forte e mais protetora, baseada em uma amizade franco-alemã infalível”, afirmou Macron.

Emmanuel Macron destacou também o fato de Chirac ter se comporometido com as questões climáticas desde cedo. "’Nossa casa está queimando’: esse grito de advertência com o qual ele exortou os líderes mundiais a agirem em prol da proteção do meio ambiente e contra o aquecimento global não era apenas o de um chefe de Estado à altura da história. Mas a de um homem entre homens. Recusando com todo o seu ser que a sustentabilidade do nosso planeta está ameaçada.

“A luta de sua vida foi de respeito pelas diferenças e pelo diálogo das culturas. Aos seus olhos, nenhuma arte superior aos outros, mas artes, expressões sensíveis do homem e da alma que também devem ser consideradas, também promovem. Ele fez isso iniciando a criação do museu que agora leva seu nome ou os tesouros das civilizações da África, Ásia, Oceania e Américas, um diálogo além dos séculos”, disse ainda sobre o museu Quai Brainly Jacques Chirac, localizado no 8º distrito de Paris.

“Jacques Chirac foi um grande francês. Livre, amando nossa terra, rica em história e silenciosos amantes de nossa cultura. Aquele que atraiu a simpatia do fazendeiro e o capitão da indústria, que se demorou a trocar muito tempo com o operário da fábrica e com os maiores artistas, amava profundamente as pessoas. Em toda a sua diversidade, sejam quais forem suas convicções, sua profissão, suas condições.”

“Para Jacques Chirac, não há hierarquia entre os cursos, entre as histórias. Apenas mulheres e homens, vidas. Que todos merecem igual atenção, igual carinho”, completou Macron. 

Macron declarou luto nacional na próxima segunda-feira, 30 de setembro, e disse que a partir desta sexta-feira (27) o Palácio do Eliseu estará aberto a quem quiser ir escrever no livro de condolências para Jacques Chirac. 

Em seguida ao discurso televisivo, o casal Emmanuel e Brigitte Macron chegou à residência parisiense de Jacques Chirac, por volta das 21h locais, para se encontrar com a viúva, Bernadette Chirac. 

A Torre Eiffel, que se ilumina de hora em hora na noite parisiense, esta noite permaneceu apagada, em sinal de luto pela perda do estadista. 

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