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Radar econômico

Associação foca em pequenas e médias empresas para ampliar comércio entre Brasil e França

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Um grupo de brasileiros lança nesta quarta-feira (09), em Paris, o primeiro clube de empreendedorismo voltado às pequenas e médias empresas interessadas em parcerias comerciais com a França. O France Brésil Empreendedores (FBE) surge com o objetivo de facilitar a vida das empresas de pequeno e médio porte que pretendem cruzar o Atlântico para fazer negócios.

France Brésil Empreendedores (FBE) pretende estreitar relações entre pequenas e médias empresas com o mercado francês
France Brésil Empreendedores (FBE) pretende estreitar relações entre pequenas e médias empresas com o mercado francês © pexels / sora shimazaki
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Criada por quatro empreendedores brasileiros e sem fins lucrativos, o grupo nasce com nove empresas associadas, mas já com a expectativa de crescimento diante do potencial do mercado, como conta Roberto Abramovich, presidente da FBE, fundador da Innovation in Action e professor de Marketing na IÉSEG School of Management.

O presidente da FBE, Roberto Abramovich
O presidente da FBE, Roberto Abramovich © Arquivo pessoal

“O empreendedor tem uma tarefa muito árdua, porque não é um negócio que a pessoa toca, é como ela faz e onde ela cresce. E particularmente, se você pega empresas que não têm o porte muito grande, ela depende muito da energia, do tempo e das conexões que essas pessoas têm. Quando você sai de um país ou se você tem ambições internacionais, o seu círculo de relações ainda é muito restrito onde você está e por mais que a pessoa seja muito bem conectada, ainda assim ainda pode ser muito difícil atingir os objetivos", explica.

"A grande dor desse processo de expansão e crescimento é atingir os seus objetivos de negócios, mas também fazê-lo de uma maneira rápida e efetiva. Juntos, os empreendedores reunidos conseguem fazer um intercâmbio maior entre as suas respectivas experiências. Quando as pessoas começam a se unir e a atingir seus objetivos de maneira mais colegiada, é um poder do grupo. E isso nós já estamos sentindo. Nessa entrada, mesmo com poucos membros temos tido o apoio da Câmara de Comércio, da Embaixada brasileira e de outras associações no Brasil porque elas entendem que essa dor é de todo mundo que faz e que vive o empreendedorismo”, destacou.

Quando perguntado sobre o principal perfil das empresas brasileiras interessadas em realizar negócios com a França, Abramovich explica que as companhias com um viés de tecnologia são a maioria.

“Normalmente, as empresas que têm um aspecto tecnológico mais forte, que têm essa facilidade de fazer uma expansão internacional, são candidatas naturais neste tipo de grupo porque são atividades que elas naturalmente fazem em cross-border. A gente já tem tido demandas de empresas que fazem parte do mercado tradicional ou que possuem produtos normais, mas que têm uma abordagem inovadora no seu desenvolvimento de negócios. Não por causa do produto, mas porque as pessoas que estão por trás desses negócios estão fazendo e vivendo elas mesmas a expansão dos seus negócios através de diversos países”, explicou.

De olho no potencial das pequenas e médias empresas

Já a vice-presidente de Relações Institucionais e Públicas da FBE e sócia-fundadora da Ryto Public Affairs, Caroline Frassão, explica o motivo de a associação estar voltada para as pequenas e médias empresas. Ela conta que, de acordo com um estudo de 2018, 95% das empresas na França são de porte pequeno e médio, representando cerca de 60% do PIB do país.

“É um volume gigantesco se pensarmos na parcela da economia. Então entendemos que é um mercado em aquecimento, é um mercado muito grande e por ser tão importante na França, a tendência é que o governo sempre busque novas políticas que facilitem a criação de novas empresas”, destacou.

Para Frassão, a mudança no cenário político brasileiro também deve influenciar de forma positiva a relação entre os dois países. “A minha avaliação e a de muitos analistas é que tem tudo para ser positiva a entrada do novo governo quanto às relações com a França. A França é um parceiro comercialimportantíssimo do Brasil, mas é também uma parceria de criação, inovação e de tecnologia. Então a tendência, pelo próprio presidente Macron ter se mostrado bastante positivo com o resultado das eleições, já é uma sinalização legal. Ao mesmo tempo, temos todos os temas que estão circundando na França e na Europa, como a questão energética e da sustentabilidade, que o Brasil tende a trazer de volta às suas agendas também. A expectativa é bastante positiva”, afirmou.

Parcerias

Criada pelos empresários internacionais Caroline Frassão, João Lee, Rafael Sasso e Roberto Abramovich, a France Brésil Empreendedores conta com nove empresas associadas: Softwrap, SW Bank, Zeidler Capital, Liquid Pass, Meta Markets, além das empresas dos fundadores, Ryto Public Affairs, Risknow, Simplex e Innovation in Action. O grupo também tem parcerias com a Câmara de Comércio França Brasil e a ABRASCA - Associação Brasileira das Companhias Abertas.

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