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"Há muitas oportunidades para aumento do comércio entre Brasil e Estados Unidos", diz presidente da Câmara de Comércio Brasil-Flórida

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Apesar da pandemia e das mudanças de governo nos Estados Unidos, que será liderado a partir do ano que vem pelo democrata Joe Biden, as perspectivas de negócios entre o Brasil e os Estados Unidos são positivas, segundo análise da Câmara do Comércio Brasil-Flórida. A entidade também teve que se adaptar aos momentos difíceis que se refletem no comércio internacional, mas este final de ano já traz ânimo de retomada na economia e nos negócios, segundo o presidente da entidade, Guilherme Gatti.

Guilherme Gatti, presidente da camara do comércio Brasil-Florida.
Guilherme Gatti, presidente da camara do comércio Brasil-Florida. © Captura de tela
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Um dos motivos de otimismo, apesar do contexto delicado provocado pela pandemia do coronavírus, foi a assinatura, no mês de outubro, de um acordo estratégico comercial entre Brasil e Estados Unidos para diminuir as barreiras e a burocracia, visando incrementar as relações comerciais entre os dois países.  

“Sempre esperamos que as relações bilaterais melhorem. Esse é o objetivo da Câmara do Comércio. Nós saímos agora de um acordo bilateral que deve ajudar em algumas funções de facilitação de regras do comércio bilateral, que se forem muito bem seguidas podem gerar resultados positivos. A própria Organização (Mundial) do Comércio estima uma oportunidade de 20% mais ou menos de redução de despesas, quando algumas boas práticas de comércio exterior são adotadas por ambas as partes. Isso é bom e positivo”, destaca Guilherme Gatti, que assumiu em fevereiro deste ano a presidência da Câmara do Comércio Brasil-Florida (BACCF, na sigla em inglês).

“Existe ainda a possibilidade de redução de custo não tarifário à medida que essas burocracias diminuem. Isso pode levar a 10, 15 ou 20%, dependendo da burocracia que é imposta. E à medida que essas barreiras vão caindo, a gente espera que essas negociações sigam adiante e que com isso possamos incrementar cada vez mais o comércio entre Brasil e Flórida”, acrescenta.

A parceria firmada entre Brasília e Washington é considerada um grande passo para avançar nas futuras negociações sobre um acordo de livre comércio. “Não foram acordos de melhorias de tarifas, mas de redução da burocracia da redução do comércio”, explica Guilherme.  

O Brasil, segundo a Câmara do Comércio, é o maior parceiro comercial do estado americano antes da China. Em 2019, as relações entre os dois parceiros ultrapassaram US$ 21 milhões, segundo Guilherme. “Temos aqui uma posição muito importante. São mais de 300 empresas conectadas, mais de mil pessoas ativamente participando das atividades da Câmara, que pretende continuar atuando muito junto ao Itamaraty e ao Consulado do Brasil (em Miami), para que as relações bilaterais aumentem”, afirma.

O contexto conturbado de 2020 deve provocar uma desaceleração temporária nos negócios, mas há sinais de retomada gradual, aumentando o otimismo dos empresários. “Devemos esperar uma queda em função da retração do PIB dos dois países e as relações comerciais que foram afetadas no mundo todo. Esperamos que em 2021 a demanda volte a aumentar. Neste final do ano, já vemos um aumento (da movimentação) na carga aérea. Isso já é um reflexo da melhoria do comércio. E com esse aquecimento, mesmo devagar, vamos ter resultados melhores do que vamos encarar em 2020”, ressalta o executivo da Fedex, lembrando que os setores automotivo e aeronáutico foram os mais atingidos.

Adaptação à pandemia

A entidade sem fins lucrativos foi criada em 1981 para reforçar as relações de negócios entre o Brasil e a Flórida, e tem como um de seus objetivos manter não apenas seus membros da Câmara mas toda a comunidade atualizada sobre as mudanças política, social, econômica e tecnológica que podem afetar investimentos entre os dois países.

“Com a pandemia tivemos que levar as atividades para o ambiente virtual. Todos os eventos que colocam executivos em contato para fazer network acabaram migrando para o on line. E sempre neste ambiente virtual foi uma preocupação levar conteúdo interessante para os membros. Durante esta pandemia, focamos em como mostrar para nossos associados o que está acontecendo do ponto de vista fiscal, tributário, de vistos para os Estados Unidos, todos que trabalham aqi e moram lá, como seriam impactados. Fizemos webinários com várias entidades e membros do governo para haver troca de ideias e conhecimento do que está acontecendo e pode ajudar. Sempre tentando ajudar a navegar neste ano difícil”, destaca.

 

Comunidade brasileira torna a Flórida atraente

Apesar do ambiente de muita polarização e indefinição provocada pela eleição presidencial americana mais acirrada da história, a Câmara de Comércio não vê motivos para uma mudança no rumo da parceria entre os dois países.  “Devemos sempre esperar o melhor e planejar o pior. Esperamos que ao longo do tempo as relações continuem melhorando e há ainda muita oportunidade para aumento das relações, principalmente das exportações do Brasil para os Estados Unidos”, destaca Guilherme.

Segundo ele, há vários motivos que tornar o estado atraente para os investimentos, entre eles a forte presença da comunidade brasileira no estado, estimada em 300 mil pessoas, segundo dados do Consulado Geral do Brasil em Miami.  “Até pela comunidade brasileira ser bastante grande, já existe uma infraestrutura para apoiar o brasileiro que quiser fazer negócio aqui. A própria Câmara provê essa estrutura, esse ambiente em que se encontram contatos de negócios, educação, network. A própria cidade atrai pela facilidade do transporte, de voos noturnos, que agora estão reduzidos, mas devem voltar a ser vários. E os Estados Unidos, como potência econômica, ainda tem oportunidades para se desenvolver.  Aqui é uma porta de entrada e queremos continuar a apoiar”, conclui o executivo.

  

 

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