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Israel promete aumentar a pressão contra o Hamas na Faixa de Gaza no início da Páscoa judaica

Em uma mensagem de vídeo divulgada neste domingo (21), na véspera do início da Páscoa judaica, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse que o país vai “aumentar a pressão política e militar contra o Hamas”. Segundo o premiê, “esta é a única maneira de libertar nossos reféns e alcançar nossa vitória”. 

Judeus Ultra-Ortodoxos queimam pão fermentado antes do próximo feriado judaico da Páscoa no bairro de Mea Shearim, em Jerusalém, 15 de abril de 2022.
Judeus Ultra-Ortodoxos queimam pão fermentado antes do próximo feriado judaico da Páscoa no bairro de Mea Shearim, em Jerusalém, 15 de abril de 2022. REUTERS - RONEN ZVULUN
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O comandante do Exército de Israel, Herzi Halevi, se reuniu neste domingo (21) com outros chefes das operações militares em Gaza e "aprovou as próximas etapas da guerra", informou o porta-voz do Exército, Daniel Hagari, em uma coletiva à imprensa.   

Mais de seis meses após o início do conflito, em 7 de outubro, Netanyahu mantém seu projeto de ofensiva terrestre em Rafah, no sul da Faixa de Gaza, considerado o último reduto do Hamas no território.   

As organizações humanitárias e diversos países se opõem à operação, temendo o número de vítimas civis. Cerca de 1,5 milhão de habitantes de Gaza expulsos pela guerra vivem em condições precárias em Rafah. O Exército israelense também afirma que alguns dos reféns sequestrados durante o ataque do Hamas a Israel em outubro estão na cidade.

Mais de 250 pessoas foram sequestradas pelo grupo islâmico e 129 permanecem presas em Gaza. Pelo menos 34 morreram, segundo autoridades israelenses, e cerca de 100 foram libertadas durante uma trégua no final de novembro.   

Cadeira vazia em homenagem a reféns

As famílias dos reféns pediram aos israelenses que deixem uma cadeira vazia na refeição que marca o início do feriado judaico da Páscoa, nesta segunda-feira (22). "Nesta Páscoa, nossos reféns completam 200 dias de cativeiro. Lutaremos até o fim para que eles voltem para nós", disse Hagari.   

Os combates e bombardeios continuaram na Faixa de Gaza, onde pelo menos 34.097 pessoas morreram desde o início do conflito, segundo dados mais recentes divulgados pelo Ministério da Saúde do Hamas. 

Nesta segunda-feira, aviões e artilharia israelense atacaram o bairro de Zaitun, no sudeste da cidade de Gaza, e drones atingiram um pátio de uma escola no campo de refugiados de Al-Bureij, no centro do território. Pelo menos três pessoas no mesmo campo ficaram feridas no bombardeio de uma mesquita.

Aviões de guerra israelenses também bombardearam Rafah e Khan Younis no sul da Faixa de Gaza, onde a Defesa Civil anunciou no domingo que exumou pelo menos 50 corpos de palestinos enterrados no pátio do Complexo Médico Nasser, um dos maiores hospitais do enclave palestino.   

Os corpos "foram despidos de suas roupas, o que certamente indica que foram presos, torturados e submetidos a maus-tratos pelo exército de ocupação", disse à AFP Mahmoud Bassal, porta-voz da Defesa Civil.   

Hamas critica ajuda dos EUA aprovada neste domingo

Os Estados Unidos aprovaram neste sábado (20) US$ 13 bilhões em ajuda militar para seu aliado israelense. Para o Hamas, que está no poder em Gaza desde 2007, Washington “autorizou” Israel a continuar o ataque contra os palestinos.   

Em uma conversa no domingo com Benny Gantz, membro do gabinete de guerra de Israel, o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, enfatizou a necessidade de "um cessar-fogo imediato que garanta a libertação dos reféns". 

Mas, as negociações de trégua estão estagnadas. O Catar anunciou na semana passada que iria reavaliar seu papel de mediador, após meses de negociações sem resultado.   

A violência também está aumentando na Cisjordânia ocupada, onde as forças israelenses realizam ataques quase diários para combater grupos armados palestinos.   

Chefe da agência de inteligência de Israel pede demissão 

O chefe da inteligência militar de Israel, general Aharon Haliva, apresentou sua renúncia nesta segunda-feira (22) e assumiu a "responsabilidade" por não ter conseguido evitar o ataque de 7 de outubro do Hamas em Israel, anunciaram os militares israelenses.   

Haliva é o primeiro político ou militar israelense a renunciar desde os atentados, os piores da história do Estado israelense desde sua criação, em 1948.   

"Foi decidido que o general Haliva deixará o cargo e se aposentará do Exército, assim que seu sucessor for nomeado", escreveu a instituição em um comunicado. "Em 7 de outubro de 2023, o Hamas realizou um ataque surpresa contra o Estado de Israel. A agência de inteligência, sob meu comando não cumpriu a missão que nos foi confiada", disse o general Haliva, que tem 38 anos de carreira militar, em sua carta de renúncia.

Com informações da AFP

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