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Irã promete retaliar ataque israelense que matou sete membros dos Guardiões da Revolução na Síria

O Irã afirmou nesta terça-feira (2) que tomou "decisões necessárias" para responder ao ataque israelense que matou onze pessoas na véspera em uma seção consular da embaixada iraniana em Damasco, entre elas, sete membros dos Guardiões da Revolução. A operação sem precedentes aumenta as tensões no Oriente Médio, gravemente abalado por meses de guerra na Faixa de Gaza. 

O bombardeio atribuído a Israel destruiu um prédio anexo da embaixada do Irã em Damasco e matou pelo menos onze pessoas em 1° de abril de 2024.
O bombardeio atribuído a Israel destruiu um prédio anexo da embaixada do Irã em Damasco e matou pelo menos onze pessoas em 1° de abril de 2024. © MAHER AL MOUNES / AFP
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"Esse crime covarde não ficará sem resposta", afirmou o presidente iraniano, Ebrahim Raisi. Apesar de não ter fornecido detalhes sobre de que forma o Irã pretende retaliar, Raisi indicou que decisões foram tomadas após uma reunião da alta cúpula de segurança nacional do país.

Para Teerã, não há dúvidas: o ataque de segunda-feira (1°) é de responsabilidade do "regime sionista". O presidente iraniano condenou o que chamou de "ato desumano, agressivo e desprezível de invasão e violação flagrante das normas internacionais".

Logo depois foi a vez do guia supremo iraniano, o aitolá Ali Khamenei, reagir. Segundo ele, Israel deve ser "punido". "Faremos com que o regime sionista se arrependa deste crime e de outros”, ameaçou.

O bombardeio destruiu o anexo da embaixada do Irã em Damasco e matou pelo menos onze pessoas. Em nota, os Guardiões da Revolução, exército ideológico da República Islâmica, confirmou, que sete de seus membros, entre eles dois altos comandantes da Força Qods - seu braço de operações no exterior - estão entre as vítimas. Até o momento, o governo israelense não confirmou a autoria do bombardeio. 

Mensagem aos EUA

O Irã também afirmou ter enviado uma "mensagem importante aos Estados Unidos", na qual destacou que Washington "deve ser considerado responsável" pelo ataque devido a seu apoio a Israel. O governo americano indicou que "não tem envolvimento" no bombardeio.

O Conselho de Segurança das Nações Unidas realiza nesta terça-feira em Nova York uma reunião sobre o ataque a pedido da Rússia. Nesta manhã, a China condenou o bombardeio, afirmando que "a segurança das instituições diplomáticas não podem ser violadas".

Ataque contra prédio diplomático

O bombardeio, realizado por “seis mísseis disparados por caças F-35”, segundo Teerã, é o primeiro a atingir um edifício diplomático iraniano na Síria. O país, em guerra civil desde 2011, é apoiado pelo Irã, aliado histórico do presidente sírio, Bashar al-Assad.

O ataque preocupa outros países da região. O Iraque afirmou nesta terça-feira que teme “mais caos e instabilidade” no Oriente Médio. Prestes a completar seis meses, a guerra na Faixa de Gaza corre o risco de se tornar um conflito regional.

Nos últimos tempos, o Irã vem aumentando as suas declarações de apoio ao Hamas e reforçando as acusações de genocídio contra Israel. No entanto, Teerã negou qualquer intenção de intervenção direta no conflito.

(Com informações da AFP)

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