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Coreia do Norte amplia tensão com Seul ao disparar mísseis de cruzeiro excluídos de sanções da ONU

A Coreia do Norte disparou vários mísseis de cruzeiro, nesta terça-feira (24), em direção ao Mar Amarelo, que banha o leste da China e a costa oeste das duas Coreias. O Exército sul-coreano denunciou as atividades militares do vizinho do Norte, num contexto em que as tensões entre Seul e Pyongyang estão no auge.

Na estação ferroviária de Seul, passageiros assistem reportagem na TV sobre os mísseis de cruzeiro da Coreia do Norte. 24 de janeiro de 2024
Na estação ferroviária de Seul, passageiros assistem reportagem na TV sobre os mísseis de cruzeiro da Coreia do Norte. 24 de janeiro de 2024 AP - Lee Jin-man
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“Nossos militares detectaram vários mísseis de cruzeiro lançados pela Coreia do Norte em direção ao Mar Amarelo” por volta das 7h de quarta-feira (19h de segunda-feira em Brasília), informou o Estado-Maior da Coreia do Sul, em um comunicado. “As especificações detalhadas são analisadas de perto pelos serviços de inteligência sul-coreano e americano”, acrescentou a mesma fonte.

Ao contrário dos mísseis balísticos, cuja trajetória se dá principalmente no espaço, e das armas nucleares, os testes de mísseis de cruzeiro que voam na atmosfera não estão sujeitos às sanções que a ONU impõe à Coreia do Norte.  

Estes disparos ocorrem num momento em que a Coreia do Sul realiza, até quinta-feira (25), um exercício de suas forças especiais ao largo da costa leste do país, "à luz das sérias preocupações de segurança" com o Norte, de acordo com a Marinha. “Cumpriremos a nossa missão de nos infiltrarmos profundamente no território inimigo e neutralizá-lo completamente, independentemente das circunstâncias”, declarou o comandante sul-coreano à frente das manobras.

As tensões entre as duas Coreias pioraram nos últimos meses. Os dois países inimigos renunciaram aos acordos celebrados em 2018 para prevenir incidentes armados, reforçaram os meios militares na fronteira e realizaram exercícios de artilharia com munições reais perto do território um do outro.

Ameaças de guerra

Há alguns dias, o líder comunista norte-coreano, Kim Jong-un, disse que o Sul era o “principal inimigo” de seu país. Ele dissolveu agências governamentais dedicadas à reunificação e aos contatos com o Sul, fez ameaças de guerra caso o vizinho invadisse o seu território, "mesmo que em 0,001 mm".

De acordo com a agência de notícias oficial KCNA, Kim também pediu mudanças constitucionais que permitam ao Norte “ocupar” Seul em caso de guerra.

No final de dezembro, o ditador norte-coreano havia ordenado a aceleração dos preparativos militares para uma “guerra” que poderia “ser lançada a qualquer momento”. Ele denunciou uma “situação de crise persistente e incontrolável”, segundo Pyongyang iniciada por Seul e Washington com os exercícios militares conjuntos na região.

Na Coreia do Sul, o presidente conservador Yoon Suk Yeol alertou que Seul responderia “várias vezes mais forte” em caso de provocação, destacando as “capacidades de resposta esmagadoras” do seu Exército. Seul e Washington alertaram várias vezes que qualquer ataque de Pyongyang levaria inevitavelmente à destruição do regime norte-coreano.

Arsenal

Nos últimos meses, a Coreia do Norte intensificou os testes de armas proibidas pela ONU.

No início de janeiro, o regime do país lançou um míssil hipersônico de combustível sólido e disparou artilharia com munições reais perto da fronteira marítima com o Sul. O incidente desencadeou ordens de evacuação em várias ilhas sul-coreanas. Seul respondeu com exercícios militares na mesma região, na costa oeste da península.

Na sexta-feira (19), Pyongyang anunciou ter testado um “sistema nuclear submarino” em resposta às manobras navais realizadas pela Coreia do Sul, pelos Estados Unidos e pelo Japão nas águas ao sul da península coreana.

No final de 2023, a Coreia do Norte também conseguiu colocar em órbita um satélite espião, com assistência tecnológica da Rússia, segundo Seul, em troca de entregas de armas para a guerra na Ucrânia.

(Com informações da AFP)

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