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Blinken encerra giro pelo Oriente Médio no Egito tentando isolar Irã na região

O secretário de Estado americano, Antony Blinken, afirmou nesta quinta-feira (11), no Cairo, que "a melhor forma de isolar o Irã e seus aliados" é uma aproximação entre Israel e os países árabes, que em sua maioria não o reconhecem. Na última etapa de uma viagem que começou na semana passada pelo Oriente Médio, o secretário disse ainda que “a segurança e a integração de Israel estão ligadas ao fato de abrir o caminho para um Estado palestino”.

O Secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, sai de um avião ao chegar ao Cairo, durante sua viagem de uma semana com o objetivo de acalmar as tensões no Oriente Médio, em 11 de janeiro de 2024.
O Secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, sai de um avião ao chegar ao Cairo, durante sua viagem de uma semana com o objetivo de acalmar as tensões no Oriente Médio, em 11 de janeiro de 2024. AFP - EVELYN HOCKSTEIN
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Vinícius Assis, correspondente da RFI no Egito

Os ataques dos rebeldes houthis do Iêmen, apoiados pelo Irã, contra navios no Mar Vermelho, preocuparam Blinken. “A aproximação árabe-israelense nos permite isolar Teerã e seus aliados que causam tantos danos [aos Estados Unidos] e a quase todo o mundo na região. Acredito que essa visão esteja muito clara para muitos líderes (no Oriente Médio)”, insistiu.

Mas, antes de retornar para os Estados Unidos, Blinken reforçou em todos os países visitados nos últimos dias que o conflito na Faixa de Gaza “deve cessar”, demonstrando preocupação com a possibilidade da guerra se alastrar pela região.

O presidente do Egito, Abdel Fattah Al-Sisi, recebeu o Secretário de Estado americano, Antony Blinken, no Cairo. Segundo o governo egípcio, Blinken elogiou os contínuos esforços do Egito para acalmar a situação na região em busca da consolidação da paz e da estabilidade.

Ele salientou a necessidade da comunidade internacional cumprir as suas responsabilidades para que a ajuda seja introduzida em quantidades suficientes para acabar com a catástrofe humanitária em Gaza e salvar o povo palestino.

Entre os pontos em comum, ambas as partes reforçaram que rejeitam completamente a ideia de retirar os palestinos das suas terras, e defendem que a solução passa pela criação dos dois Estados - o de Israel e da Palestina - como base para a estabilização na região.

Rodada diplomática

Blinken pousou no Egito encerrando uma viagem que começou na semana passada. Neste período, ele se encontrou com líderes da região para discutir o conflito em Gaza. Entre eles, o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan. Também passou pela Grécia e Jordânia - onde também visitou um centro depósito do Programa Mundial de Alimentos, das Nações Unidas.

O roteiro teve ainda uma visita ao Catar e aos Emirados Árabes, onde demonstrou ao presidente, Mohamed Bin Zayed, preocupação com o risco do conflito em Gaza se espalhar pela região. Na Arábia Saudita, o representante do governo de Joe Biden esteve com o príncipe herdeiro Mohammed bin Salman, com quem tratou também das necessidades humanitárias na Faixa de Gaza.

“Encontrei líderes determinados a impedir que o conflito se espalhasse. Estabelecemos alguns objetivos básicos e concordamos em trabalhar juntos neles”, declarou o secretário no X (antigo Twitter). No encontro com o rei Hamad bin Isa Al Khalifa, do Bahrein, também se falou da preocupação com ataques no Mar Vermelho.

Apoio a Israel

Blinken não deixou de reforçar o apoio dos Estados Unidos ao governo de Israel nos encontros com o primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, e o presidente, Isaac Herzog, assim como com os representantes das Forças Armadas do país e familiares de israelenses feitos reféns pelo Hamas.

Já no encontro com o presidente da autoridade palestina, Mahmoud Abbas, ele defendeu a criação do estado independente da Palestina. Foi a quarta visita dele à região desde o início dos conflitos, no dia 7 de outubro do ano passado.

Enquanto seguem os esforços diplomáticos em busca de um cessar-fogo, os ataques israelenses em Gaza não param e já mataram quase 25 mil pessoas em 3 meses e deixaram quase 65 mil feridos neste período.

Também nesta quinta-feira começou o julgamento do processo que a África do Sul abriu contra Israel no Tribunal Internacional de Justiça, em Haia, acusando o país de genocídio contra os palestinos na Faixa de Gaza. A ideia é que o TIJ emita uma limitar exigindo que os ataques israelenses em Gaza parem imediatamente. Pelo menos em tese, Israel reconhece a autoridade deste Tribunal e a Convenção do Genocídio, assim como o Brasil, que decidiu apoiar a ação sul-africana, segundo o Itamaraty.

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