Jihad Islâmica Palestina publica vídeo de reféns e diz que pode libertá-los se “condições forem atendidas”
O grupo extremista Jihad Islâmica Palestina publicou, na quinta-feira (9), um vídeo de dois reféns israelenses, uma mulher de 70 anos e um adolescente de 13. Eles afirmam que ambos estão em Gaza e que estão prontos para libertá-los "se as condições de segurança forem atendidas".
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“Estamos prontos para libertá-los por razões humanitárias quando as condições de segurança no terreno estiverem reunidas”, disse o porta-voz da ala militar da Jihad Islâmica, conhecida pelo nome de guerra de Abu Hamza, um grupo que luta ao lado do Hamas contra Israel no Faixa de Gaza.
A mídia israelense divulgou informação sobre o vídeo, publicando apenas uma captura de tela.
O porta-voz da Jihad Islâmica afirmou que o seu grupo participou nos combates ao lado do Hamas desde o lançamento da operação "Al-Aqsa Flood", o ataque de 7 de outubro realizado por comandos do movimento islâmico que deixou mais de 1.400 mortos, em Israel, a maioria civis, segundo as autoridades israelenses. Abu Hamza afirmou, no vídeo, que seu grupo também mantinha reféns, sem especificar o número.
Quase 240 pessoas, israelenses, mas também estrangeiros, foram raptadas durante este ataque e levadas para a Faixa de Gaza, onde são mantidas reféns. A ala militar do Hamas afirma deter cerca de 200.
Nas imagens divulgadas, os dois reféns expressam o desejo de serem rapidamente libertos para se reunirem com familiares e criticam a gestão da crise por parte de Benjamin Netanyahu.
Abou Hamza anunciou que a Jihad Islâmica estava pronta para libertar a refém de 70 anos “por razões humanitárias e de saúde”. “Não podemos mais dar a ela os cuidados de que necessita devido à falta de combustível, eletricidade e meios básicos de sobrevivência.”
Em relação ao adolescente, disse estar disposto a libertá-lo "por razões humanitárias e por sua idade, mesmo que as prisões do ocupante estejam cheias de crianças palestinas”.
“A nossa iniciativa será implementada se as condições de segurança no terreno forem reunidas para garantir a proteção do nosso povo palestino”, disse ele, acrescentando que as vidas dos reféns podem ser postas em perigo pelos bombardeios de Israel.
O porta-voz do Exército israelense, Richard Hecht, chamou, durante uma coletiva com a imprensa, de “terrorismo psicológico do pior tipo” a difusão do vídeo.
Casa Branca anuncia "pausas" diárias
A divulgação das imagens aconteceu no mesmo dia em que a Casa Branca anunciou que Israel concordou em implementar “pausas” diárias no norte da Faixa de Gaza a partir de quinta-feira.
Israel “começará a fazer pausas de quatro horas todos os dias em certas áreas do norte da Faixa de Gaza, que serão anunciadas com três horas de antecedência”, disse John Kirby, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Faixa de Gaza, na Casa Branca.
“Os israelenses nos disseram que não haveria operações militares nessas áreas durante a pausa e que este dispositivo começaria hoje (quinta-feira)”, acrescentou.
Joe Biden pressionou o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, desde o início da guerra entre Israel e o Hamas, por estas pausas para permitir que a população civil palestina fugisse dos combates. O presidente americano garantiu que pediu a Netanyahu “uma pausa superior a três dias”.
Os combates terrestres entre o Exército de Israel e o Hamas, acompanhados de bombardeios, estão agora no norte de Gaza. Joe Biden, no entanto, estimou que “não há possibilidade” de um cessar-fogo em Gaza, falando aos jornalistas antes da sua partida para Illinois, no norte dos Estados Unidos.
(Com informações da AFP)
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