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Erdogan quer entrada da Turquia na União Europeia em troca de adesão da Suécia à Otan

Os líderes da Otan gostariam de formalizar, durante a cúpula que começa nesta terça-feira (11) na Lituânia, a futura adesão da Suécia ao grupo. Mas a Turquia continua bloqueando o processo. Após reunir-se em Vilnius com o primeiro-ministro sueco, Recep Tayyip Erdogan estabeleceu uma condição: a retomada do pedido de adesão da Turquia à União Europeia.

O presidente turco Recep Tayyip Erdogan, à esquerda, e o primeiro-ministro Sueco, Ulf Kristersson. No centro, o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, que participou da reunião em Vilnius para tentar destravar o acesso sueco à aliança.
O presidente turco Recep Tayyip Erdogan, à esquerda, e o primeiro-ministro Sueco, Ulf Kristersson. No centro, o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, que participou da reunião em Vilnius para tentar destravar o acesso sueco à aliança. AP - Burhan Ozbilici
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Com informações de Anne Andlauer, correspondente da RFI em Ancara

A reunião da Otan, que acontece em Vilnius, deve se concentrar nas discussões em torno do apoio militar à Ucrânia diante da invasão russa. A Aliança do Atlântico Norte deve eliminar um importante obstáculo no processo de adesão da Ucrânia ao grupo, a exigência de um plano de reformas no país conhecido como Plano de Ação para a Adesão.

O ingresso do país a curto prazo parece, no entanto, descartado. O plano "é apenas uma das etapas do processo de adesão à Otan. Mesmo que seja eliminado, a Ucrânia terá de fazer outras reformas antes de ingressar na Otan", afirmou um alto funcionário da organização.

Em relação à entrada da Suécia, o caminho segue travado pelo governo turco, Estado-membro da aliança. "Primeiro abram caminho para a adesão da Turquia à União Europeia e depois abriremos o caminho para a Suécia, como abrimos o caminho para a Finlândia", declarou Erdogan nesta segunda aos colegas europeus.

As negociações entre Turquia e UE estão bloqueadas há vários anos.

Imediatamente, o chanceler alemão, Olaf Scholz, reagiu criticando a proposta de uma moeda de troca. O representante de Berlim disse que a candidatura da Turquia ao bloco europeu "não tinha relação" com a adesão da Suécia à aliança.

Erdogan também reiterou suas exigências a Estocolmo, a quem acusa de encobrir militantes curdos refugiados em seu território.

O presidente turco se reuniu com o primeiro-ministro sueco, Ulf Kristersson, e com o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, na véspera da cúpula.

Desde que o início da Guerra na Ucrânia, a Suécia e a Finlândia se candidataram à adesão à Otan como forma de se proteger da ameaça russa. A Finlândia entrou oficialmente em abril.

Uma reunião para avançar, mas não muito

Para dissuadir a Rússia de iniciar novas ofensivas, Kiev, e também os países da Europa Oriental, querem que a aliança militar estabeleça um roteiro claro de fases para o processo de entrada da Ucrânia. Estados Unidos e Alemanha insistem, no entanto, em uma promessa vaga sobre a adesão futura, sem definir cronograma.

"Não acho que esteja pronta para ingressar na Otan", disse Biden à rede CNN, acrescentando que também não há unanimidade entre os aliados sobre a integração da Ucrânia "no meio de uma guerra". "Estaríamos em guerra com a Rússia se esse fosse o caso", alertou.

O Kremlin considera que a entrada de Kiev na aliança seria "muito negativa" para a segurança na Europa.

Um meio-termo, defendido por alguns dos países, é o compromisso de fornecimento de armas a longo prazo para Kiev.

(Com AFP)

 

  

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