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Finlândia pode abandonar Suécia em projeto de adesão conjunta à Otan

Finlândia e Suécia têm um projeto de adesão conjunta à Otan. No entanto, devido a um impasse incitado pela Turquia, Helsinque pode deixar sua vizinha de lado e dar seguimento sozinha ao processo de entrada na aliança atlântica. 

O ministro sueco das Relações Exteriores, Tobias Billstrom (centro), ao lado do ministro finlandês das Relações Exteriores, Pekka Haavisto (à direita), e do secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, antes de reunião da Otan em Bucareste, na Romênia, em 29 de novembro de 2022.
O ministro sueco das Relações Exteriores, Tobias Billstrom (centro), ao lado do ministro finlandês das Relações Exteriores, Pekka Haavisto (à direita), e do secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, antes de reunião da Otan em Bucareste, na Romênia, em 29 de novembro de 2022. AFP - ANDREI PUNGOVSCHI
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Pela primeira vez desde o início da crise entre Estocolmo e Ancara, o governo finlandês admitiu, nesta terça-feira (24), que pode abandonar a Suécia no projeto, até então conjunto. De acordo com o ministro das Relações Exteriores da Finlândia, Pekka Haavisto, a primeira opção continua sendo a candidatura com o país vizinho. 

No entanto, em sua opinião, "é preciso avaliar a situação, se algo impedir a longo prazo que a Suécia avance", declarou em entrevista ao canal de TV finlandês Yle. Para Haavisto, "ainda é cedo para tomar uma decisão".

No último sábado (21), um extremista de direita queimou um exemplar do Alcorão em uma manifestação autorizada perto da embaixada turca em Estocolmo. O incidente gerou protestos em diversos países muçulmanos. 

Após duras críticas por parte do Governo turco no final da semana passada, Ancara cancelou a ida do ministro da Defesa da Suécia, Pål Jonson, ao país. Na segunda-feira (23), o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, afirmou que Estocolmo não terá seu "apoio" após esse incidente, que se soma ao causado por um vídeo de militantes pró-curdos em meados de janeiro. Nesta terça-feira, a Turquia anunciou ter adiado indefinidamente uma reunião agendada para o início de fevereiro com a Suécia e a Finlândia sobre o processo de adesão dos dois países à Otan. 

Para Haavisto, os protestos são um "obstáculo" para as candidaturas à Organização do Tratado do Atlântico Norte: "Os manifestantes estão brincando com a segurança da Finlândia e da Suécia". Para o ministro, haverá um atraso para que a Turquia dê seu sinal verde, uma situação que pode durar "até as eleições turcas em meados de maio". 

Relações diplomáticas abaladas

As relações diplomáticas entre Ancara e Estocolmo estão abaladas desde o ano passado, quando a Turquia bloqueou a adesão da Suécia e da Finlândia à Otan. Como os 30 membros da aliança atlântica, Ancara deve ratificar a entrada de qualquer novo integrante, tendo direito de veto. 

A Turquia alega que a Suécia abriga militantes curdos, alguns deles integrantes do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK). O grupo é considerado terrorista pelo governo turco. 

Por isso, para Ancara, qualquer progresso possível para a entrada da Suécia na aliança atlântica depende da extradição de pessoas acusadas de terrorismo pelo governo turco ou que participaram da tentativa de golpe de 2016 contra Erdogan. Um protocolo de acordo chegou a ser assinado entre os dois países em junho em Madri, mas a Turquia acredita que os esforços da Suécia são insuficientes. 

A autorização dada ao extremista de direita sueco-dinamarquês Rasmus Paludan para realizar a manifestação do último sábado, perto da embaixada turca em Estocolmo, despertou a ira de Ancara. O radical, conhecido por seus protestos polêmicos, cumpriu sua promessa de queimar um exemplar do Alcorão no local.

A polícia sueca avaliou que o protesto não feria a Constituição do país, nem atrapalhava a ordem pública. No entanto, as autoridades turcas classificaram a manifestação como "um crime de ódio".

(Com informações da AFP

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