Acessar o conteúdo principal

Crise de alimentos: Rússia ameaça abandonar acordo sobre exportação de cereais ucranianos

A Rússia anunciou nesta terça-feira (13) que está considerando sair do acordo sobre a exportação de cereais ucranianos devido ao desrespeito, segundo Moscou, das cláusulas sobre a exportação de fertilizantes russos. O presidente Vladimir Putin denunciou a falta de engajamento dos integrantes do acordo, durante um encontro com correspondentes de guerra russos.

Navio carregado com grãos no porto de Odessa, na Ucrânia. Em agosto de 2022.
Navio carregado com grãos no porto de Odessa, na Ucrânia. Em agosto de 2022. via REUTERS - OLEKSANDR KUBRAKOV/ UKRAINE MINI
Publicidade

"Agora estamos considerando a retirada deste acordo de grãos. Muitas condições que deveriam ser aplicadas não foram cumpridas", disse Putin. O presidente também acusou Kiev de usar os corredores marítimos previstos neste acordo para atacar a frota russa com drones.

Um navio russo no Mar Negro "foi atacado por um drone ontem ou anteontem", garantiu. Para os soldados russos que lutam no front, "provavelmente não está claro porque mantemos este acordo", acrescentou Putin.

A Rússia ameaça regularmente se retirar deste acordo de grãos ucranianos, concluído em julho de 2022, com o aval das Nações Unidas e da Turquia.

Entre agosto e março, cerca de 25 milhões de toneladas de cereais ucranianos foram escoados através do Mar Negro, o que levou a uma descida dos preços dos cereais nos mercados internacionais, que tinham registado um pico por causa do início da guerra. Ucrânia e Rússia são os principais produtores de cereais no mundo.

ONU demonstra preocupação

Na segunda-feira (12), o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, disse estar "preocupado" com o futuro do acordo, dizendo que está "trabalhando duro" para a sua extensão, após 18 de julho.

Este acordo crucial que ajudou a aliviar a crise global de alimentos causada pelo conflito na Ucrânia já foi prorrogado várias vezes desde o início das animosidades, a última em maio, por dois meses, após intensas negociações.

Moscou exige o cumprimento, em particular, de um segundo acordo assinado ao mesmo tempo com a ONU para facilitar as suas próprias exportações de produtos alimentícios e fertilizantes.

A Rússia exige a retomada da operação do oleoduto Togliatti-Odessa para entregas de amônia, um componente químico essencial do fertilizante mineral. Porém, uma explosão em uma parte dessa infraestrutura, na semana passada, no nordeste da Ucrânia, pela qual Moscou e Kiev se acusam mutuamente de serem responsáveis, pode ter um "impacto negativo" no futuro do acordo de grãos, alertou o Kremlin.

(Com informações da AFP)

NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.

Acompanhe todas as notícias internacionais baixando o aplicativo da RFI

Compartilhar :
Página não encontrada

O conteúdo ao qual você tenta acessar não existe ou não está mais disponível.