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Batalha pelo Donbass é "dolorosa e difícil", diz Volodymyr Zelensky enquanto Exército luta em Bakhmut

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, afirmou neste domingo (5) que seu Exército está travando uma batalha "dolorosa e difícil" contra as forças russas na região do Donbass, no leste do país, onde está localizada Bakhmout, disputada pela Rússia há meses. A cidade ainda resiste, mas o cerco está apertando. A RFI conversou com civis em Chassiv Yar, um vilarejo cheio de artilharia ucraniana, a 15 quilômetros do front e que pode cair logo após Bakhmut.

Soldados ucranianos se preparam para atirar, perto da cidade de Bakhmout, em 4 de março de 2023.
Soldados ucranianos se preparam para atirar, perto da cidade de Bakhmout, em 4 de março de 2023. AFP - ARIS MESSINIS
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Com informações do enviado especial em Tchassiv Yar, Vincent Souriau

Neste domingo, o presidente ucraniano saudou a bravura de seus homens. “Gostaria de prestar uma homenagem especial à bravura, força e resiliência dos soldados que lutam no Donbass", disse Zelensky em seu comunicado diário.

As tropas russas continuam tentando cercar a cidade simbólica de Bakhmout, o epicentro da guerra no leste da Ucrânia, informou o Exército ucraniano neste domingo, garantindo ter repelido novos ataques. No seu relatório diário, o Estado-Maior ucraniano afirma que "mais de 130 ataques inimigos" foram repelidos nas últimas 24 horas, em vários setores do front, como Kupyansk, Lyman, Bakhmut e Avdiïvka. "O inimigo continua suas tentativas de cercar a cidade de Bakhmut", diz o relato, sem maiores detalhes.

Enquanto isso em Chassiv Yar, não muito longe do front, Alina não quer nem pensar sobre a possível chegada dos russos em seu bairro. “Entre, entre!” convida ela, com um grande sorriso, fumando um cigarro na frente de sua mercearia, como se nada estivesse acontecendo. “Afinal, por que eu deveria me importar? Os soldados estão lá, por que eu não continuaria vivendo normalmente? Sim, sim, sou um pouco maluca”, admite. “Mas cada um ajuda como pode. Eu, me assusto com as armas, mas fico aqui e vendo pão e salsicha”, diz.

“Eles não vão chegar tão longe! O Exército vai pará-los”, acredita. Alina quer manter o ânimo, mas há 15 dias a cidade está sem eletricidade, não há mais aquecimento, água encanada e os hospitais não conseguem acomodar todos os feridos. "Mas não se preocupe! Temos um kit de primeiros socorros. Eu faço o que você quiser: médico, enfermeiro, técnico. Sim, sim, vamos colocar um curativo, vamos desinfetar e pronto”, diz Alina, rindo.

O cerco se fecha em Bakhmut

Nas últimas semanas, as forças russas avançaram ao norte e ao sul de Bakhmut, cortando três das quatro rotas de abastecimento ucranianas e tornando a posição dos defensores cada vez mais precária.

O Exército separatista pró-Rússia de Donetsk, que dá apoio às forças russas, publicou um vídeo com o objetivo de mostrar combatentes do grupo paramilitar russo Wagner no subúrbio norte de Bakhmut, alegando que a pequena estação ferroviária de Stoupky, havia sido conquistada.

Na sexta-feira, o grupo paramilitar Wagner garantiu que havia "cercado virtualmente" a cidade.

Aldeias ao norte e oeste de Bakhmut foram atacadas, confirmou Serhii Tcherevatyi, porta-voz do Grupo Oriental das Forças Armadas Ucranianas, à CNN, no sábado. Ele disse que embora a situação em Bakhmut seja "difícil", ela permanece "sob controle".

"Os russos poderiam tentar cercar as forças ucranianas em Bakhmut, mas o comando ucraniano deu o sinal de que preferia a retirada a arriscar um cerco", estimou, também no sábado, o Instituto para o Estudo da Guerra (ISW), um grupo de especialistas americanos.

A batalha por Bakhmut, uma cidade industrial cuja importância estratégica é contestada, já dura desde o verão. A cidade se tornou um símbolo porque está no centro da luta entre russos e ucranianos por meses.

(Com informações da RFI e da AFP)

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