Acessar o conteúdo principal

Ucranianos passam réveillon no escuro rezando e russos, sem clima de festa, cancelam fogos de artifício

O mundo, agora com 8 bilhões de habitantes, se prepara para entrar em 2023 em busca de paz. O conflito ucraniano, que começou em fevereiro de 2022, foi um dos principais acontecimentos do ano e a população local se prepara para passar o primeiro réveillon em guerra. Do lado russo, as autoridades preferiram evitar grandes comemorações.  

Militares na Praça Vermelha em Moscou na noite do Réveillon, que teve os fogos de artifícios cancelados após uma consulta popular organizada pela prefeitura da capital.
Militares na Praça Vermelha em Moscou na noite do Réveillon, que teve os fogos de artifícios cancelados após uma consulta popular organizada pela prefeitura da capital. AP - Alexander Zemlianichenko
Publicidade

Apesar das celebrações pelo mundo, 2022 será lembrado, antes de mais nada, pelo retorno da guerra na Europa.

Mais de 300 dias após o início da invasão russa na Ucrânia, cerca de 7.000 civis morreram e mais de 10.000 ficaram feridos, segundo o Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos. Além disso, cerca de 16 milhões de ucranianos foram forçados a deixar suas casas.

Quem ficou no país deve respeitar nessa noite de réveillon o toque de recolher de 23h até 5h, entre apagões periódicos causados pelos bombardeios russos contra infraestruturas de energia, em pleno inverno. Muitos ucranianos vão passar a virada do ano rezando à luz de velas.

Compartilhe esta notícia pelo Whatsapp

Na capital, a árvore de Natal do centro da cidade é alimentada por um gerador a diesel. "Não permitiremos que os russos roubem os feriados mais importantes, o Ano Novo e o Natal, de nossas crianças", disse o prefeito de Kiev, Vitali Klitschko.

A situação é parecida em outras partes do país. Em Lviv, cidade próxima da fronteira polonesa, as infraestruturas de energia são regularmente bombardeadas.

“Quando trabalhamos nos cafés, ouvimos muita música de fim de ano e isso nos deixa um pouco no clima. Mas pelo que vejo, entre as pessoas que me rodeiam, o réveillon não é a principal preocupação,” testemunha Andrii, um morador de Lviv. 

Moradores se preparam para o réveillon em Kiev, que foi bombardeada novamente neste último dia do ano.
Moradores se preparam para o réveillon em Kiev, que foi bombardeada novamente neste último dia do ano. AP - Felipe Dana

Novos bombardeios neste sábado (31) deixaram pelo menos um morto em Kiev e feriram cerca de 20 pessoas. Bombas também foram atingiram as regiões de Mykolaiv, ao sul, e Mykolaiv, no oeste do país.

Fogos de artifício cancelados em Moscou

Já na Rússia de Vladimir Putin parece não haver clima para grandes comemorações. Moscou cancelou seus tradicionais fogos de artifício após o prefeito Sergei Sobyanin consultar os moradores. Mesmo assim, ele convocou os moscovitas para celebrar o Ano Novo e lembrou que a cidade organizou comemorações mesmo durante a Segunda Guerra Mundial.

Embora as autoridades tenham iluminado as ruas cobertas de neve da capital para tentar animar um pouco o ambiente, os retratos de soldados em combate na Ucrânia lembram que a realidade é outra na capital. Na emblemática Praça Vermelha, as barracas de Natal foram montadas, como de costume, em torno de uma pista de gelo. Mas o presidente russo, Vladimir Putin, cancelou seu tradicional jogo de hóquei de fim de ano.

O chefe de Estado também não dará sua habitual coletiva de imprensa, mas manterá sua mensagem de Ano Novo. Será transmitida à meia-noite de 31 de dezembro.

Comemoração apesar da guerra

O resto do mundo comemora essa virada do ano. Sydney, na Austrália, foi uma das primeiras grandes cidades a receber 2023, recuperando sua coroa de "capital mundial do Ano Novo".

Sydney, na Austrália, foi uma das primeiras grandes cidades a receber 2023
Sydney, na Austrália, foi uma das primeiras grandes cidades a receber 2023 AP - Bianca De Marchi

O país reabriu suas fronteiras e uma multidão aproveitou um espetáculo com mais de 100.000 fogos de artifício na Baía de Sydney. "Foi um ano muito bom para nós. Deixar a covid para trás é ótimo", disse David Hugh-Paterson à AFP, perto da Ópera.

As comemorações acontecem em todos os cantos do planeta. Em Madri, por exemplo, os espanhóis se despedem de 2022 com as doze badaladas da praça Porta do Sol pouco antes da meia-noite, que são acompanhadas por todo o país pela televisão e com os espanhóis comendo uma uva ao som de cada uma delas.

(Com informações da AFP)

NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.

Acompanhe todas as notícias internacionais baixando o aplicativo da RFI

Compartilhar :
Página não encontrada

O conteúdo ao qual você tenta acessar não existe ou não está mais disponível.