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Ucrânia denuncia ataques russos "massivos" contra sua infraestrutura energética

A Ucrânia denunciou novos ataques "massivos" com mais de 120 mísseis russos na manhã desta quinta-feira (29) contra diversas regiões, incluindo a capital Kiev, uma nova investida destinada a destruir a infraestrutura de energia do país em pleno inverno.

Equipes de resgate trabalham perto de casas danificadas por bombardeios russos em Kiev, em 29 de dezembro de 2022.
Equipes de resgate trabalham perto de casas danificadas por bombardeios russos em Kiev, em 29 de dezembro de 2022. © Kyrylo Tymoshenko via Telegram/Handout via REUTERS
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Depois de uma série de reveses militares em terra, o Kremlin mudou de tática e, desde outubro, começou a atingir regularmente transformadores e usinas elétricas da Ucrânia com disparos de dezenas de mísseis e drones, sob um contexto de grave escassez de energia e mergulhando milhões de ucranianos no frio e na escuridão.

Esses atentados ocorrem poucos dias antes do Ano-Novo, a principal festa familiar desta época na maioria dos países da região. "O inimigo está atacando a Ucrânia em diversas frentes, com mísseis de cruzeiro disparados de aviões e navios", anunciou a Força Aérea ucraniana nas redes sociais.

"Mais de 120 mísseis foram lançados para destruir a infraestrutura civil essencial e matar cidadãos em massa", acrescentou o assessor presidencial ucraniano Mikhailo Podoliak no Twitter, sem informar um número de possíveis vítimas.

Cerca de 90% da cidade de Lviv, a maior no oeste da Ucrânia, estava sem eletricidade nesta quinta-feira após esses novos atentados. "90% da cidade está sem eletricidade (...) Os bondes e ônibus elétricos já não circulam na cidade, podem haver cortes de água", indicou o prefeito de Lviv, Andriï Sadovy, na rede social Telegram.

"Recarreguem seus telefones"

Em Kiev, o prefeito Vitali Klitschko informou que três pessoas ficaram feridas, incluindo uma menina de 14 anos, todos hospitalizados. Ele também alertou seus moradores que a cidade, já muito afetada pela falta de energia, pode se deparar com novos "cortes de abastecimento". "Recarreguem seus telefones e outros dispositivos. Estoquem água", escreveu no Telegram.

Em Odessa, um importante porto no sudoeste da Ucrânia, 21 mísseis russos foram derrubados pela defesa antiaérea ucraniana, de acordo com o governador Maksym Marchenko. Mas outros atingiram sua meta, então há "cortes de energia de emergência" na cidade, ele advertiu.

Em Kharkiv, no nordeste, na fronteira com a Rússia, os bombardeios também atingiram a "infraestrutura crítica", informou o governador Oleg Sinegoubov, acrescentando que "o saldo de destruição e baixas estava sendo estabelecido".

Desde outubro, a Rússia lançou centenas de mísseis e drones contra a infraestrutura ucraniana. Com isso, Kiev pede a seus aliados ocidentais que aumentem sua ajuda militar mais rapidamente para fornecer ao país mais sistemas de defesa antiaérea.

Resposta aos ataques ucranianos

O presidente russo, Vladimir Putin, justificou essa tática de ataques massivos que afetaram milhões de civis no início de dezembro, considerando que eram uma resposta aos ataques ucranianos contra a infraestrutura russa.

Putin também sempre apresenta sua invasão da Ucrânia, que já dura mais de dez meses, como uma necessidade para a segurança nacional, garantindo que o Ocidente estava usando a Ucrânia como ponte principal para ameaçar a Rússia. Ainda na quarta-feira (28), o chefe da diplomacia russa, Sergei Lavrov, considerou que a guerra foi “preparada pelo Ocidente via Ucrânia” contra a Rússia.

Diante de graves reveses militares diante dos ucranianos armados pelo Ocidente, Moscou mobilizou 300 mil reservistas, incluindo muitos civis, para estabilizar suas frentes. Moscou reivindica a anexação de quatro regiões do sul e leste da Ucrânia, que o exército russo ocupa parcialmente.

A luta também continua intensa, com uma batalha particularmente sangrenta por Bakhmut, uma cidade no leste que a Rússia vem tentando conquistar há meses, e Kreminna que as forças ucranianas estão tentando retomar. Kherson, no sul do país, de onde as forças russas se retiraram em 11 de novembro, é agora alvo de ataques quase diários.

As perspectivas de negociações de paz são quase inexistentes. A Ucrânia exige a retirada de todas as forças russas do país, enquanto Moscou quer que Kiev ceda pelo menos as quatro regiões que reclama desde setembro, bem como a Crimeia anexada em 2014.

(Com informações da AFP)

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