Acessar o conteúdo principal

ONGs internacionais suspendem atividades no Afeganistão após proibição de trabalho de mulheres

No Afeganistão, pelo menos uma dezena de ONGs internacionais decidiram suspender suas atividades depois que os talibãs proibiram associações nacionais e internacionais e organizações não-governamentais de empregar mulheres, sob a alegação de desrespeito ao uso do hijab islâmico.

No Afeganistão, pelo menos uma dezena de ONGs internacionais decidiram suspender suas atividades depois que os talibãs proibiram associações e ONGs de empregar mulheres, sob a alegação de descumprimento do uso do véu islâmico.
No Afeganistão, pelo menos uma dezena de ONGs internacionais decidiram suspender suas atividades depois que os talibãs proibiram associações e ONGs de empregar mulheres, sob a alegação de descumprimento do uso do véu islâmico. REUTERS - STRINGER
Publicidade

Sonia Ghezali, correspondente da RFI no Afeganistão

O número de ONGs afegãs, especialmente aquelas dirigidas por mulheres, que tiveram que fechar é desconhecido. As agências da ONU, que atualmente não são afetadas por essa proibição, estão em discussão, como várias organizações internacionais, bem como doadores, para decidir se suspendem ou não suas atividades no Afeganistão.

Uma decisão difícil no contexto afegão. Mais da metade da população precisa de assistência humanitária. Mas uma linha vermelha foi ultrapassada por muitas ONGs internacionais.

A ONG francesa Ação contra a Fome (ACF), presente no Afeganistão desde 1995, é uma das organizações não-governamentais internacionais que suspendeu suas atividades não vitais desde domingo (25).

“Nunca é uma decisão fácil de tomar porque, por um lado, temos a vida de crianças menores de cinco anos em nossas mãos e temos a responsabilidade de continuar nosso cuidado vital. Por outro lado, temos essa decisão surpreendente e inesperada de proibir mulheres de trabalhar em organizações humanitárias e para nós isso é algo inegociável”, explica Samy Guessabi, diretor da ACF no Afeganistão.

Acreditando que ainda é possível dialogar com o regime talibã, a ONG francesa quer se posicionar sobre a decisão do governo Islâmico. “É importante para a ACF lembrar que 40% dos nossos colegas são mulheres. Que sem essas mulheres que trabalham conosco é impossível atender e ajudar mais da metade da população necessitada”, continua Samy Guessabi.

Todas as ONGs afegãs dirigidas por mulheres fecharam suas portas no domingo. Elas não tiveram escolha. "Ainda não acredito que disse às mulheres que elas não deveriam mais trabalhar", lamenta Arezo Hussein, diretor de uma ONG em Cabul que promove a conscientização por telefone sobre a higiene íntima feminina.

A decisão ocorreu dias depois de o Talibã ter proibido mulheres de frequentar universidades no país

NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.

Acompanhe todas as notícias internacionais baixando o aplicativo da RFI

Compartilhar :
Página não encontrada

O conteúdo ao qual você tenta acessar não existe ou não está mais disponível.