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COP da Biodiversidade: projeto quer proteger DNA de oceanos

Enquanto a Conferência da ONU sobre a Biodiversidade, a COP15, reúne representantes de diversos países para encontrar alternativas para deter a desaparição de espécies no mundo, um projeto de recenseamento da biodiversidade marinha utiliza DNA ambiental de 25 zonas protegidas do mundo.

Um cardume de peixes tropicais na Indonésia. Os ecossistemas marinhos têm um funcionamento ainda pouco conhecido. Um projeto da Unesco visa preservar o DNA dos oceanos.
Um cardume de peixes tropicais na Indonésia. Os ecossistemas marinhos têm um funcionamento ainda pouco conhecido. Um projeto da Unesco visa preservar o DNA dos oceanos. © Getty Images - LuffyKun
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Para deter o declínio da biodiversidade causado pelas atividades humanas, mais de uma centena de países defendem a adoção de um objetivo comum de proteger 30% de terras e mares até 2030, durante a COP15 que acontece de 7 a 19 de dezembro, em Montreal, no Canadá. 

Mas a Unesco alerta que certas zonas marinhas já protegidas atualmente poderiam se esvaziar de sua variedade biológica devido às mudanças climáticas e desenvolve projeto que usa DNA dos oceanos. 

Na Baía Shark, na Austrália, na península Valdés, na Argentina, no coração do Banco de Arguim, na Mauritânia, ou no Atol das Rocas, no Brasil, mais de 18.000 áreas marinhas são protegidas no planeta. 

Mas com o aumento global das temperaturas, os oceanos esquentam e os peixes dessas reservas, que deveriam ser protegidos, migram para zonas mais frescas. 

"Há muitas pesquisas hoje que começam a mostra que as espécies estão fugindo da zona do Equador para águas mais frias e também, em certos casos, mais profundas", explica Fanny Douvere, responsável do programa marinho da Unesco.

Ciência participativa

Para ajudar a adaptar estas áreas marinhas ao fenômeno, a Unesco lançou uma vasta operação de ciência participativa. Em 25 reservas marinhas protegidas pela agência, cidadãos, e principalmente estudantes, vão recolher, nos próximos meses, mostras de DNA ambiental. Isso significa que eles vão recolher vestígios genéticos deixados pelos peixes, tartarugas e outros animais, na água do mar. "Trata-se de muco, resíduos que eles deixam na água que nos permitem de observar as espécies", diz Douvere. 

As milhares de mostras recolhidas serão observadas em laboratório e este mapa mundial de espécies marinhas será colocado à disposição de todos, em uma plataforma científica. 

O estudo tem o objetivo de entender melhor como as mudanças climáticas afetam a biodiversidade marinha. 

Brasil participa da coleta

Estudantes brasileiros, de entre 6 e 12 anos, participaram da coleta do DNA ambiental nas reservas de Fernando de Noronha em novembro.  

Entre tartarugas marinhas e golfinhos, as crianças da região coletaram mostras de águas de três lugares diferentes: as baías dos Golfinhos, das Cagarras e do Sueste. 

Outras mostras serão coletadas também no Atol das Rocas, visitado por barco somente uma vez por mês. As duas áreas fazem parte do patrimônio mundial da Unesco. 

O DNA ambiental é um método inovador porque permite observar e avaliar a biodiversidade dos oceanos sem extrair organismos de seu ecossistema. 

Um litro de água pode conter material genético de centenas de espécies e ajudar a determinar a riqueza da biodiversidade da zona.

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