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COP27: países em desenvolvimento precisam de US$ 2 trilhões para ação climática

No terceiro dia da COP27, a questão do financiamento das ações de combate às mudanças climáticas nos países em desenvolvimento está no centro das discussões em Sharm el-Sheikh, no Egito. De acordo com um relatório encomendado pela presidência da Conferência do Clima, publicado nesta terça-feira (8), esses países precisarão de mais de US$ 2 trilhões por ano até 2030 para bancar a transição para uma economia de baixo carbono, dos quais quase metade virá de investidores externos.

Uma foto tirada em 20 de outubro de 2021 mostra terras secas na região centro-leste de Kairouan, na Tunísia, devido à seca.
Uma foto tirada em 20 de outubro de 2021 mostra terras secas na região centro-leste de Kairouan, na Tunísia, devido à seca. AFP - ANIS MILI
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Os líderes continuam a desfilar nesta terça-feira na COP27, que incluiu oficialmente em sua agenda este ano a questão das perdas e danos sofridos pelos países do Sul, pouco responsáveis ​​pelo aquecimento global, mas que sofrem cruelmente com seus efeitos.

O primeiro-ministro de Antígua e Barbuda pediu, nesta terça-feira, em nome dos pequenos Estados insulares, um imposto global sobre os lucros das empresas de petróleo e gás para financiar a compensação dos países do Sul atingidos por desastres climáticos.

"No primeiro semestre deste ano, seis empresas de combustíveis fósseis ganharam mais dinheiro do que o necessário para cobrir os custos dos grandes danos climáticos nos países em desenvolvimento, com quase US$ 70 bilhões em lucros", disse Gaston Browne. 

“É hora de essas empresas pagarem um imposto global de carbono sobre esses lucros para financiar as perdas e danos”, exigiu ele, em nome da Aliança dos Pequenos Estados Insulares (AOSIS), ameaçada pelo aumento do nível do mar causado pelo aquecimento do planeta.

Biden garante estar "determinado"

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, continuará "determinado" a lutar contra as mudanças climáticas, independentemente do resultado das eleições de meio mandato nos Estados Unidos, prometeu seu enviado nesta terça-feira, na COP27.

"A crise climática não está apenas ameaçando nossa infraestrutura, nossas economias ou nossa segurança – está ameaçando todos os aspectos de nossas vidas diárias", alertou o enviado climático dos EUA, John Kerry. 

O presidente americano não está presente no Egito ao mesmo tempo que os demais chefes de Estado e de Governo. Biden optou por permanecer nos Estados Unidos, à espera do resultado das eleições de meio mandato no país, cruciais para seu futuro político. Ele irá a Sharm el-Sheikh apenas na sexta-feira (11).

Neutralidade carbono

As promessas de neutralidade de carbono por parte de empresas e investidores são "incompatíveis" com os novos investimentos em combustíveis fósseis, de acordo com o relatório do grupo de especialistas da ONU sobre o tema, publicado neste terceiro dia de conferência.

"Da mesma forma, o desmatamento e outras atividades ambientalmente destrutivas desqualificam as promessas" para atingir a neuralidade de carbono, insistiu o grupo. 

O comitê de especialistas foi criado pelo secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, que pediu nesta terça-feira o fim da "dissimulação tóxica" de empresas ou investidores que fazem promessas "falsas" de zerar as emissões de gases de efeito estufa. "Esta tentativa de dissimulação tóxica pode derrubar o mundo do precipício climático. Essa farsa deve acabar", insistiu, saudando o relatório.

(Com AFP)

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