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Afundado em uma intensa crise econômica, Líbano aumenta combustíveis em quase 70%

O Líbano, em meio a um colapso econômico, aumentou neste domingo (22) os preços dos combustíveis em quase 70%, sinalizando uma redução adicional nos subsídios no país, privado de moeda estrangeira e atormentado pela escassez.

O colapso em câmera lenta do Líbano mudou rapidamente este mês depois que o banco central anunciou o fim das importações de combustível subsidiadas, forçando as empresas a depender de geradores privados ou até mesmo de sistemas de bateria UPS.
O colapso em câmera lenta do Líbano mudou rapidamente este mês depois que o banco central anunciou o fim das importações de combustível subsidiadas, forçando as empresas a depender de geradores privados ou até mesmo de sistemas de bateria UPS. ANWAR AMRO AFP
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Com a nova alta, os preços dos combustíveis quase triplicaram nos dois meses desde que o Banco Central libanês começou a racionar os subsídios às importações em junho.

O aumento atingirá toda a economia e fará subir os preços no país atingido pela hiperinflação. Com a crise, os preços nos supermercados estão subindo quase semana a semana, devido a uma desvalorização da libra libanesa que nada parece parar.

De acordo com a nova tabela de preços divulgada domingo pela Agência Nacional de Notícias, a gasolina aumenta 67% face aos últimos preços anunciados em 11 de agosto. Já para o botijão de gás doméstico, seu preço aumenta em 50%.

Escassez generalizada

Devido à escassez, muitos postos de gasolina não abrem e filas intermináveis ​​se formam na frente daqueles poucos que aceitam os clientes.

As autoridades apontam o contrabando para a vizinha Síria, onde o combustível é vendido muito mais caro do que no mercado libanês.

O Exército lançou buscas e apreendeu toneladas de combustível em postos ou fornecedores acusados ​​de especulação.

No dia 15 de agosto, antes do amanhecer, a explosão de um tanque de gasolina na região de Akkar (norte) deixou cerca de 30 mortos, segundo um novo relatório do Ministério da Saúde.

Desde o outono de 2019, o Líbano passa por uma das piores crises econômicas do mundo desde meados do século 19, de acordo com o Banco Mundial.

Falta de divisas

Um mecanismo do Banco Central possibilitou a entrega de dólares aos importadores à taxa oficial de 1.507 libras libanesas, mais vantajosa que a do mercado, suprimindo assim os preços de alguns produtos.

Mas, com a falta de divisas, o Banco Central começou a racionar gradualmente seus dólares. No final de junho, anunciou a adoção da cotação de 3.900 libras por dólar para as importações de combustíveis.

No sábado (21), em reunião entre o presidente, o primeiro-ministro que está deixando o cargo e o governador do Banco Central, foi adotada uma nova taxa de 8.000 libras.

O banco anunciou em 11 de agosto que não iria mais financiar subsídios aos combustíveis, causando pânico.

Durante várias semanas, a exausta população viveu longas horas sem eletricidade e até hospitais foram ameaçados pela crise energética.

Cerca de 78% da população libanesa vive agora abaixo da linha da pobreza, de acordo com a ONU.

(Com informações da AFP)

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