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Prefeitos pró-curdos são presos por terrorismo na Turquia

A trégua para a retirada das forças curdas de áreas de fronteira no norte da Síria termina na noite dessa terça-feira (22). Enquanto continua o movimento de tropas no campo, quatro prefeitos do principal partido pró-curdo na Turquia foram detidos para investigação nessa segunda-feira (21) por suspeita de "propaganda terrorista" e "organização terrorista".

O presidente da Turquia, Tayyip Erdogan, fala no Fórum Mundial TRT em Istambul, Turquia, em 21 de outubro de 2019.
O presidente da Turquia, Tayyip Erdogan, fala no Fórum Mundial TRT em Istambul, Turquia, em 21 de outubro de 2019. Mural Kula/Presidential Press Office/Handout via REUTERS
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Eleitos pelo Partido Popular Democrático (HDP), os prefeitos das cidades de Kayapinar, Bismil e Kocaköy, no sudeste da Turquia, foram detidos por decisão do Ministério Público de Diyarbakir, província de maioria curda localizada no sudoeste do país com 1,7 milhão de habitantes.

O prefeito de Diyarbakir, Selçuk Mizrakli, também foi mantido sob custódia policial como parte da investigação de "terrorismo".

Essas prisões ocorrem no contexto da ofensiva militar na Síria, iniciada pela Turquia no dia 9 de outubro, contra a milícia curda das Unidades de Proteção do Povo (YPG). O grupo apoiado por países ocidentais é considerado como "terrorista" por Ancara.

O HDP foi o único partido representado no Parlamento turco a expressar sua oposição a essa operação militar, que vários de seus líderes chamaram de invasão. O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, acusa o HDP de estar vinculado ao Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), uma organização "terrorista", segundo a Turquia e seus aliados ocidentais.

Em comunicado divulgado nessa segunda-feira, o HDP denunciou a prisão dos prefeitos, acusando o governo turco de "sufocar completamente" a democracia e de "suspender direitos básicos", como a liberdade de expressão e o direito de protestar pacificamente.

Desde uma tentativa de golpe de Estado na Turquia, em 2016, dezenas de líderes e funcionários eleitos do HDP foram presos como parte da repressão pelas autoridades turcas. O partido alega ser alvo por causa de sua oposição virulenta ao governo.

Americanos se retiram da Síria

Dezenas de tanques americanos com soldados chegaram nessa segunda-feira a uma base americana no noroeste do Iraque, depois de entrarem no território a partir da Síria, passando pelo Curdistão iraquiano.

As tropas dos EUA atravessaram a ponte no posto de Fichkhabour, nas fronteiras dos territórios iraquiano, sírio e turco, antes de cruzarem a província curda de Dohuk e ingressarem na base americana perto de Mosul.

No domingo, mais de 70 veículos blindados, carregando equipamentos militares e escoltados por helicópteros passaram pela cidade síria de Tal Tamr, no leste da Síria.

Segundo o Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH), esse comboio havia se retirado da base de Sarrine, perto da cidade de Kobane, mais a oeste, e seguia direção à província de Hassake, na fronteira do Curdistão iraquiano.

Nos últimos dias, os americanos se retiraram de três outras bases na Síria, incluindo a da principal cidade, Minbej.

Atualmente, os Estados Unidos têm 5.200 militares no Iraque, destacados como parte da coalizão anti-jihadista internacional liderada por Washington. A presença americana em várias bases do país é debatida no Iraque, enquanto muitas forças políticas e exércitos xiitas pró-Irã exigem sua expulsão.

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