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Imprensa

Trump assinou "morte programada" do povo palestino, diz Libération

Os principais jornais franceses desta sexta-feira (8) repercutem a decisão do presidente americano Donald Trump de reconhecer Jerusalém como a capital de Israel. Para Libération, o anúncio feito na quarta-feira (6) pelo magnata é mais uma tentativa de eliminar a história, a cultura e a existência do povo palestino.

Capa do jornal Libération desta sexta-feira (8).
Capa do jornal Libération desta sexta-feira (8). Reprodução/Libération
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"Jerusalém: a América é a cabeça da serpente" é a manchete do jornal Libération, que reproduz a letra de uma música entoada ontem por manifestantes palestinos durante os primeiros protestos, na quinta-feira (7), na entrada na Cidade Antiga de Jerusalém.

O enviado especial do diário à Israel descreve o agravamento da tensão no local, depois do anúncio do presidente americano. Em algumas localidades dos territórios palestinos, o jornalista diz que "retratos de Trump foram queimados e pedras foram jogadas contra soldados, que responderam com tiros de balas de borracha". De acordo com a Cruz Vermelha, uma centena de feridos é o resultado desse primeiro dia de protestos, ressalta Libération.

Fracasso da comunidade internacional

Em editorial, o jornal considera que o anúncio de Trump na quarta-feira é o retrato do fracasso da comunidade internacional sobre a paz entre israelenses e palestinos. Libé escreve que não apenas Trump arruinou décadas de esforços diplomáticos para tentar levar a paz ao Oriente Médio, mas também descredibilizou a ONU e a Europa, que, segundo o jornal, só conseguiram propor soluções paliativas para a questão. Confirmou também o fracasso dos líderes árabes, que, diz o diário, "nunca se preocuparam o suficiente com o povo palestino".

Além disso, Trump também impôs um "mal terrível" à Israel, que, segundo o jornal, "vai se tornar o monstro do mundo árabe moderado". Para finalizar, Trump assinou a "morte programada" do povo palestino que "ano após ano, vê seu território desaparecer, junto com sua história, juventude, seu acesso aos lugares santos, sua energia, sua influência econômica e cultural e a credibilidade de seus líderes". 

Onda de críticas em todo o mundo

"Jerusalém: Trump provoca desespero no mundo inteiro", é a manchete do jornal Le Figaro. "O reconhecimento de Jerusalém como a capital de Israel pelo presidente americano suscitou uma onda de condenações em todo o planeta, enquanto se teme mais violências nesta sexta-feira", escreve o diário.

Esse também é o assunto do editorial do Figaro, que classifica a decisão de Trump como "um jogo perigoso". O jornal questiona se Trump estaria tentando desviar a atenção dos problemas que enfrenta neste momento, como a suspeita da ingerência russa nas eleições americanas. Ou, se com o anúncio de quarta-feira estaria tentando agradar seus partidários, sua base de governo e doadores que contribuíram para sua campanha.

Le Figaro enumera todas as possibilidades, ressaltando que Trump, "esse grande pertubador", quebra os códigos internacionais e destroi décadas de esforços diplomáticos, mas sem construir nada por trás disso. Seja sobre o conflito israelo-palestino, seja na Síria, na Líbia, na Coreia, na Rússia...

Por isso, para o jornal, a ausência de visão de Trump sobre o mundo é preocupante. "Suas decisões não se inscrevem em nenhuma perspectiva de solução política para qualquer questão", conclui o editorialista do jornal Le Figaro.

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