ONU: 15 milhões de meninas são obrigadas a se casar por ano
Há cinco anos, a ONU (Organização das Nações Unidas), criou o Dia Internacional das Meninas, que é comemorado nesta terça-feira (11). Em 2016, o foco da campanha é colocar um fim nos casamentos forçados das menores de 18 anos.
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A estimativa é que, nos países em desenvolvimento, uma em cada sete meninas já estejam casadas ou vivendo com um companheiro – o equivalente a 47.700 adolescentes.
De acordo com a organização, as meninas que se transformam precocemente em esposas estão mais expostas à violência física e sexual e têm menos acesso à educação. “O ciclo de violência começa na infância e se perpetua na idade adulta, de geração em geração”, explica a organização em um comunicado.
No mundo todo, 15 milhões de meninas vão se casar antes dos 18 anos – uma a cada dois segundos. O Níger, a República Centrafricana, a Guiné, o Chade e o Bangladesh são os cinco países onde são registrados mais casamentos precoces.
Nesses locais, 60% das crianças se casam antes da maioridade, na maioria das vezes por razões financeiras. De acordo com o diretor da ONG Plan Internacional, Yvan Savy, 144 países não têm nenhuma lei que proíba o casamento entre crianças. A ONG luta para que todas as nações adotem um texto similar, impedindo as uniões com menores.
Jovem de 14 anos é porta-voz da campanha
A jovem Radha Rani Sarker, de 21 anos, se tornou porta-voz das campanhas contra os casamentos forçados. Nesta segunda-feira, ela inaugurou uma exposição sobre o tema no Circo de Inverno, no 3° distrito da capital francesa. Amanhã, ela pronuncia um discurso diante da Comissão Europeia, em Bruxelas.
Aos 14 anos, em Bangladesh, onde 73% dos casamentos acontecem antes dos 18 anos, Radha foi prometida a um amigo de seu cunhado, que ela nunca tinha visto. Radha conseguiu escapar e se refugiou na casa de sua mãe, ela mesma vítima de um casamento forçado, se tornando um símbolo na luta contra essa prática.
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