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Síria/guerra

Restauração de Palmira deve levar anos, dizem especialistas

A cidade de Palmira, ocupada durante dez anos pelo grupo Estado Islâmico, precisará de cinco anos para restaurar os monumentos destruídos ou atingidos pelos jihadistas. A afirmação é do chefe do setor de Antiguidades do Museu da Síria, Maamoun Abdelkarim.

Colunas e o antigo Templo de Bel na histórica cidade de Palmira, Síria. 11 de junho, de 2009.
Colunas e o antigo Templo de Bel na histórica cidade de Palmira, Síria. 11 de junho, de 2009. REUTERS/Gustau Nacarino
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Os radicais islâmicos destruíram uma cidade do século 13 durante os combates, além dos templos de Bel e Baalshamin, o Arco do Triunfo, obras funerárias. Segundo o chefe do museu da cidade, 80% das ruínas continuam em bom estado. Um grupo de restauradores, diz, já começou a avaliar o estado das pedras e das construções na cidade velha.

Segundo Abdelkarim, o trabalho pode ser realizado antes se a reforma não depender do orçamento e da autorização da Unesco. “Temos funcionários qualificados, e estudamos o suficiente para isso. Podemos começar os trabalhos dentro de um ano”, declarou, no dia seguinte à retomada da cidade pelo regime sírio.

Nesta semana, diversos especialistas estarão reunidos em Palmira para decidir a data de início dos trabalhos. A historiadora do Oriente Médio, Sartre-Fauriat, membro do grupo de especialistas da Unesco para o patrimônio sírio, se disse “perplexo” com a capacidade de reconstruir Palmira levando em consideração os estragos no site e no museu feitos pelo grupo Estado Islâmico.

“Reconstruir o templo de Bel é uma ilusão”, diz especialista

Ela também lembra que a “catástrofe humanitária” do país não pode ser esquecida. “Quando ouço que vamos reconstruir o templo de Bel, isso me parece ilusório. Construir o quê? Um templo novo? Talvez haja outras prioridades na Síria’’, declara. Palmira é conhecida como a "pérola do deserto sírio", uma cidade de mais de 2 mil anos inscrita no Patrimônio Mundial da Humanidade.

De acordo com ela, para iniciar os trabalhos é necessário colocar um fim na guerra que já dura cinco anos. “Não vamos nos enganar. Não é porque recuperamos Palmira que a guerra acabou. A retomada da cidade é uma operação política e midiática para favorecer o regime de Bashar al-Assad”, declarou. Um dos vídeos da invasão do museu mostra estátuas decapitadas e derrubadas, além de sarcófagos que receberam golpes de martelo.
 

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