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Com fim das sanções, Irã volta a ter peso na economia mundial

A entrada em vigor do acordo sobre o programa nuclear iraniano deu início à retirada das sanções econômicas visando Teerã. A medida traz de volta a República Islâmica para a comunidade internacional, principalmente do ponto de vista comercial.

Para o presidente iraniano Hassan Rohani, foi inaugurada uma nova página nas relações entre o Irã e o mundo.
Para o presidente iraniano Hassan Rohani, foi inaugurada uma nova página nas relações entre o Irã e o mundo. REUTERS/President.ir
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O presidente iraniano, Hassan Rohani, declarou neste domingo (17) que é inaugurada uma nova página nas relações entre o Irã e o mundo, após a entrada em vigor do histórico acordo nuclear e a retirada das sanções internacionais impostas durante anos ao seu país. O texto, assinado em julho de 2015 com as grandes potências, foi oficializado com o aval da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), que certificou que o Irã cumpriu o combinado, ao garantir a natureza estritamente pacífica de seu programa nuclear.

Em um pronunciamento, o presidente norte-americano, Barack Obama, se dirigiu neste domingo diretamente aos iranianos, convocando-os a "criar novos laços com o mundo", e elogiou o avanço histórico que o acordo representa. Paralelamente, o secretário de Estado americano, John Kerry, anunciou que Washington devolverá ao Irã US$ 400 milhões de dívida.

Desbloqueio da economia iraniana

Os meios econômicos internacionais já estavam prontos há vários meses para voltar ao Irã, país de mais de 79 milhões de habitantes – e consumidores potenciais –, que possui a quarta maior reserva de petróleo do mundo e a segunda mais importante concentração de gás do planeta. Com o fim das sanções, Teerã, que faz parte da Organização de Países Exportadores de Petróleo (OPEP), poderá voltar a exportar livremente seu petróleo.

No entanto, a perspectiva de um retorno do Irã a um mercado já saturado por uma oferta abundante, e com um preço do barril em queda livre, provocou neste domingo um forte declínio nas bolsas dos países petrolíferos do Golfo, em especial a da Arábia Saudita, a maior da região.

De qualquer forma, o acordo nuclear foi considerado em várias capitais uma vitória da diplomacia internacional, embora os Estados Unidos tenham destacado que permanecerão "vigilantes" para verificar que o Irã respeita seus compromissos nos próximos anos.

O acordo representa o início de uma aproximação entre Estados Unidos e Irã, que romperam suas relações em 1980. Mas também gera descontentamento entre os aliados tradicionais de Washington na região, como Arábia Saudita e Israel, que temem a influência da potência xiita.

Aviões e caviar

O fim das sanções deve ter um impacto imediato na economia iraniana. Além de ter acesso às dezenas de milhares de dólares de suas receitas ligadas ao petróleo, que estavam bloqueados em bancos estrangeiros, as atividades financeiras internacionais serão retomadas, mesmo se as empresas norte-americanas ainda não poderão comercializar livremente com Teerã.

Mesmo assim, algumas negociações serão liberadas. As empresas internacionais poderão a partir de agora vender aviões comerciais e peças aeronáuticas para a frota aérea obsoleta do Irã, desde que Teerã garanta que as aeronaves não serão usadas para transportar equipamentos militares. Além disso, os produtores iranianos poderão novamente exportar produtos como tapetes, caviar e pistache, que tradicionalmente beneficiavam de uma importante clientela internacional.

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