Acessar o conteúdo principal
Líbia/política

ONU accusa governo líbio de sabotar discussões de paz

A missão da ONU para a Líbia acusou neste domingo (20) as forças do governo líbio reconhecido pela comunidade internacional de sabotar as negociações de paz após o lançamento de uma ofensiva militar em Benghazi, no leste do país.

Protesto em Bengahzi contra a missão da ONU para a Líbia. (18/09/15)
Protesto em Bengahzi contra a missão da ONU para a Líbia. (18/09/15) REUTERS/Esam Omran Al-Fetori
Publicidade

"Os ataques aéreos são uma tentativa clara de minar e sabotar os esforços em curso para pôr um fim ao conflito, no momento em que as negociações entraram na fase final", declarou a missão das Nações Unidas para a Líbia (UNSMIL) em um comunicado.

Os países da União Europeia, os Estados Unidos, a Turquia e o Marrocos também condenaram a retomada das hostilidades e os bombardeios aéreos contra a população civil em Benghazi.

Há um ano a Líbia está dividida por um conflito que opões duas autoridades rivais: um governo reconhecido pela comunidade internacional baseado no leste do país e uma administração rival apoiada por uma coalizão de milícias, sendo algumas delas islâmicas, estabelecidas na capital, Trípoli.

A ONU tinha expectativa de convencer as duas partes de aceitar neste domingo um acordo para formação de um governo de união nacional para cessar os combates. As negociações, comandadas pela ONU, acontecem na estação balneária de Skhirat, no Marrocos.

Pressão sem resultado

Na sexta-feira (18), os Estados Unidos e cinco países europeus (França, Itália, Alemanha, Espanha e Reino Unido) pressionaram os líbios para entrarem em um acordo sobre o governo de união nacional até o final de setembro com o objetivo de abrir caminho para uma ajuda econômica e de segurança ao país.

Por isso, o anúncio feito pelo comandante das Forças Armadas do governo reconhecido pela comunidade internacional, o general Khalifa Haftar, de uma nova operação militar em Benghazi foi condenada com veemência pela ONU.

O general autorizou pilotos e os chefes das operações nas áreas oeste de atingir os redutos dos grupos que combatem as forças governamentais em Benghazi. Entre os grupos visados estão o Ansar al-Sharia, dos islâmicos radicais próximos da rede Al-Qaeda, o grupo Estado Islâmico e milícias que apoiam o governo rival de Trípoli. Segundo a agência LANA, a operação tem como objetivo preparar o avanço das tropas do exército para uma batalha campal em Benghazi.

A missão da ONU fez um apelo para o fim imediato de combates em Benghazi e em toda a Líbia, e exige que as duas partes dêem uma chance para as negociações em curso.

"Benghazi sofre há muito tempo. Os recentes bombardeios aéreos só aumentam o sofrimento da população", afirma a UNSMIL, lembrando que mais de 100 mil civis já foram obrigados a deixarem suas casas devido à guerra civil que há mais de um ano levou o caos à Líbia.
 

NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.

Acompanhe todas as notícias internacionais baixando o aplicativo da RFI

Compartilhar :
Página não encontrada

O conteúdo ao qual você tenta acessar não existe ou não está mais disponível.