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Libéria/Ebola

ONU e OMS prometem combate “sem precedentes” ao Ebola

A ONU e a Organização Mundial de Saúde (OMS) prometeram uma ajuda sem precedentes para que a Libéria combata a propagação do Ebola. O diretor adjunto da organização para a segurança sanitária, Dr. Keiji Fukuda, reconheceu que serão necessários entre seis e nove meses para conter a epidemia. Ele faz um giro pelos quatro países atingidos, ao lado do coordenador da ONU para a luta contra o vírus, Dr. David Nabarro.

Médicos na capital liberiana Monróvia usam roupa protetora contra Ebola
Médicos na capital liberiana Monróvia usam roupa protetora contra Ebola REUTERS/2Tango
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“Essa epidemia excepcional exige uma mobilização sem precedentes, em todas as dimensões”, afirmou Nabarro em um comunicado da OMS lançado neste sábado (23). De acordo com o último balanço das Nações Unidas, no último dia 20, a doença havia matado ao menos 1.427 pessoas: 624 na Libéria, 406 na Guiné, 392 em Serra Leoa e 5 na Nigéria, de um total de 2.615 casos, confirmados ou sob suspeita.

De acordo com o Dr. Fukuda, a organização e seus parceiros trabalham na construção de “centros de saúde suplementares nas cercanias de Monróvia para garantir 500 novos leitos para tratar do Ebola nas próximas semanas”. A organização Médicos sem Fronteiras, que coordena um centro com 120 lugares na capital também trabalha para aumentar sua capacidade a 400 nos próximos dez dias.

Ebola causa violência no país

Para a representante da do secretariado geral da ONU para a Libéria, Karin Landgren, “o Ebola tem de ser contido para garantir uma economia, um futuro e uma sociedade estáveis” no país. Depois de 14 anos de guerra civil, o país está em relativa paz desde 2003.

Nesta quarta-feira, o medo de uma nova explosão de violência ressurgiu quando quatro pessoas foram baleadas por membros das forças do governo encarregadas de garantir a quarentena de um bairro na periferia de Monróvia.

A presidente do país, Ellen Johnson Sirleaf, declarou logo depois que a força letal não voltará a ser usada em circunstância alguma, decisão que foi elogiada pela Minul (Missão da ONU para a Libéria).

David Nabarro está convencido de que “para preservar as conquistas destes 11 anos de paz, o Ebola tem de ser contido imediatamente”. Ele não descarta envolver os Capacetes Azuis da Minul nessa luta.

Isolamento

Mas, o Ebola assusta até as missões internacionais. Hoje as Filipinas anunciaram o repatriamento de seu contingente de 115 soldados na missão, que conta com um efetivo de 8,6 mil pessoas.

Isso contribui para o isolamento dos países afetados pela epidemia. O governo de Serra Leoa se disse “surpreso e chocado” com a falta de solidariedade dos Estados africanos que fecharam suas fronteiras, como Senegal, África do Sul, Quênia, Gabão e Costa do Marfim.

“Essa proibição dá a impressão que nós somos párias”, lamentou o preisdente da comissão presidencial sobre o Ebola, Ibrahim Ben Kagbo. Ele chamou de “incoerente” a atitude da África do Sul, que proibiu a entrada dos cidadãos dos países atingidos dias depois de enviar um laboratório móvel a Freetown.

Novos casos e suspeitas

A Nigéria, país menos afetado, com 16 casos e cinco mortes, anunciou dois novos casos, os primeiros de “contaminação secundárias”. As vítimas são as mulheres de dois homens que entraram em contato com o alto funcionário liberiano que levou o vírus para o país mais populoso da África.

O governo da República Democrática do Congo, onde o vírus foi descoberto em 1976, causou uma nova preocupação na quinta-feira ao anunciar a morte de 13 pessoas, vítimas de uma “febre hemorrágica de origem indeterminada”.

Mas a OMS e a Médicos Sem Fronteiras pedem cautela antes das análises que determinarão na próxima semana o que é essa febre que, de acordo com o ministério da saúde congolês, está “sob controle”.

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