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África/ Ebola

ONG alerta que epidemia de Ebola vai durar “pelo menos seis meses”

A ONG Médicos Sem Fronteiras (MSF) alertou nesta sexta-feira (15) que a epidemia de Ebola na África está se alastrando mais rápido do que a capacidade de contê-la e disse que serão necessários “pelo menos seis meses” para controlar o surto. A Organização Mundial da Saúde (OMS) avalia que a epidemia foi “subestimada”.

Comboio da ONU circula em ruas de Abidjan, capital da Costa do Marfim, que se mobiliza para não ser atingida pelo vírus.
Comboio da ONU circula em ruas de Abidjan, capital da Costa do Marfim, que se mobiliza para não ser atingida pelo vírus. REUTERS/Luc Gnago
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“A epidemia se espalha e a situação se deteriora mais rápido do que a nossa capacidade de enfrentá-la”, advertiu Joanne Liu, diretora da Médicos Sem Fronteiras, ao retornar a Genebra depois de 10 dias de visita às regiões atingidas pelo vírus. “Falta muita infraestrutura”, destacou, ressaltando que se a situação não for controlada na Libéria, “a região jamais vai voltar a se estabilizar”.

“Por enquanto, se trata apenas de uma ponta do iceberg”, ressaltou. “Nós jamais vimos isso antes. É preciso elaborar uma nova estratégia. O Ebola não está mais confinado somente em alguns vilarejos: ele se propaga em uma cidade de 1,3 milhão de habitantes, Monróvia”, afirmou.

A MSF está presente na Libéria, Guiné e Serra Leoa, três dos quatro países afetados pela epidemia, com um total de 692 pessoas envolvidas. O quarto país, a Nigéria, é o que registrou menos mortes pelo vírus até agora. Segundo a diretora da organização, o surto vai continuar por pelo menos seis meses, por isso “é necessário um engajamento a médio prazo” da comunidade internacional na situação.

Medo dos hospitais

Liu relatou que um clima generalizado de medo impera na região afetada, fazendo com que as pessoas comecem a temer até os centros de saúde. Nos hospitais e enfermarias, os profissionais têm de monitorar centenas ou milhares de casos suspeitos, quando a capacidade de atendimento é de quantidades muito menores de pacientes.

Nesta quinta-feira, a Organização Mundial de Saúde afirmou que a força da atual epidemia de Ebola foi "amplamente subestimada". "A epidemia do vírus Ebola no oeste da África continua crescendo e já apresenta 1.975 casos, com 1.069 óbitos na Guiné, Libéria, Nigéria e Serra Leoa", disse a organização da ONU.

Diante desta situação, "a OMS coordena uma ampliação massiva da resposta internacional, por meio da ajuda de diversos países, das agências de controle de doenças e dos órgãos pertinentes das Nações Unidas".
 

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