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Tailândia/Golpe

Junta militar na Tailândia anuncia prisão de ex-primeira-ministra

O governo militar da Tailândia prendeu nesta sexta-feira (23), a ex-primeira-ministra Yingluck Shinawatra e membros de sua família. O local de detenção não foi revelado. Mais cedo, ela e integrantes de seu governo haviam sido convocados para esclarecimentos, um dia depois de o Exército ter dado um golpe de Estado e destituído o governo interino. A junta militar que assumiu o poder na Tailândia proibiu 155 pessoas, incluindo a ex-premiê, de deixar o território nacional.

Manifestação em Bangcoc, nesta sexta-feira (23), contra a censura e o golpe de Estado.
Manifestação em Bangcoc, nesta sexta-feira (23), contra a censura e o golpe de Estado. REUTERS/Damir Sagolj
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Segundo o exército, a medida tem o objetivo de manter a paz na Tailândia.

Yingluck foi convocada junto com mais de cem autoridades políticas, incluindo Niwattumrong Boonsongpaisan, o primeiro-ministro interino que assumiu depois da destituição da premiê. Havia rumores nas redes sociais que a ex-premiê pretendia encontrar seu irmão Thaksin, que vive no exílio depois de ter sido vítima de um golpe em 2006 e foi condenado posteriormente por desvio de fundos.

Desde terça-feira, uma lei marcial está em vigor no país. A imprensa está censurada, os protestos proibidos e um toque de recolher foi imposto. Apesar da proibição, cerca de 30 manifestantes desafiaram a junta e fizeram um pequeno protesto hoje nos arredores do Monumento da Democracia. Soldados estavam presentes, mas não reprimiram os manifestantes. 

Os generais que tomaram o poder na Tailândia justificaram a intervenção militar como necessária para pôr um ponto final numa crise política que durava sete meses, sem solução. Porém, o homem forte desde o golpe de quinta-feira, general Prayut Chan-O-Cha, não hesitou nos últimos anos a se envolver na política, justificando suas ações "em defesa da nação e da monarquia".

Austero, Prayut, de 60 anos, deve se aposentar em setembro deste ano, depois de passar quatro anos à frente do exército. Mas ele advertiu que não vai deixar o poder se a crise política, que deixou 28 mortos nos últimos meses, não for resolvida até lá. "Eu impus a lei marcial porque sou tailandês, porque eu nasci em território tailandês e devo isso à Tailândia", afirmou o general. Essa interferência dos militares na política não surpreende a população, já que o país viveu 19 golpes ou tentativas desde 1932.

"Desde o primeiro dia, ele disse que era um chefe do exército que tinha muito a dizer sobre a política", sublinha Pavin Chachavalpongpun, da Universidade de Kyoto. "Prayut não é apenas anti-Thaksin, ele também é pró-monarquia, o braço direito da rainha", disse Pavin à agência de notícias AFP.

A rainha Sirikit, que sofreu um acidente cerebral em 2012, tem estado ausente da vida pública. 

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