Exército da Tailândia decreta lei marcial no país
Depois de seis meses de grave crise política na Tailândia, os militares resolveram intervir. Nesta terça-feira (20), o país acordou sob uma lei marcial. Soldados ocupam as ruas da capital Bangcoc, e a mídia foi censurada, mas o exército insiste que não se trata de um golpe de Estado.
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Desde o fim da madrugada e nas primeiras horas de hoje, grupos de militares ocupam os principais pontos da capital tailandesa e também as sedes das redes de televisão e de rádio do país. Todas as transmissões foram interrompidas. Segundo o general Prayut Chan-O-Cha, líder do exército, esses veículos de imprensa não são imparciais e têm servido apenas para "agravar o conflito".
O exército argumenta que essa lei marcial tem o objetivo de restaurar a "paz e a ordem" e que as forças armadas se responsabilizam apenas pelos "assuntos de segurança nacional". O governo interino, instaurado há duas semanas após a queda da premiê Yingluck Shinawatra, permanece no poder, dizem os militares.
Mas, em nota, membros do governo afirmaram que não foram consultados sobre essa intervenção militar e pedem o respeito à Constituição.
Manifestantes continuam acampados
Por causa da lei marcial, os protestos contra o governo previstos para esta terça-feira foram cancelados. Mas manifestantes ainda estão acampados nas proximidades da sede do governo. Eles defendem a nomeação de um novo prime que seja “neutro”. Os militantes pró-governo também continuam mobilizados e reunidos em um bairro da periferia da capital
Repercussão internacional
O Japão foi um dos primeiros países a se expressarem publicamente sobre a crise na Tailândia. “Estamos muito preocupados", disse o porta-voz do governo, Yoshihide Suga.
Nos últimos anos, o Japão tem sido um parceiro político importante da Tailândia e é o primeiro investidor. No ano passado, as empresas japonesas alocaram US$ 6,9 bilhões no país, o que representa metade de todo o investimento estrangeiro no país.
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