Hollande quer que israelenses e palestinos dividam Jerusalém

O presidente francês, François Hollande, defendeu nessa segunda-feira diante do Parlamento israelense, que Jerusalém deve ser dividida entre israelenses e palestinos, como a capital dos dois Estados. Trinta e um anos depois do ex-presidente francês, o socialista François Mitterrand, Hollande reafirmou a posição francesa de divisão da cidade emblemática como uma saída para a "coexistência pacífica".

O presidente francês, François Hollande encontra o primeiro-ministro israelense, Benyamin Netanyahu, durante visita oficial a Israel. REUTERS/Alain Jocard

"O Estado palestino deve ser construído sobre bases sólidas. Ele deve ser viável. É por isso que a colonização deve ser interrompida, pois ela compromete a solução a dois Estados", afirmou.

Por sua vez, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, convidou o presidente palestino, Mahmoud Abbas, à tribuna do Parlamento para "reconhecer o laço histórico entre os judeus e Israel" e, em seguida, ele iria à Ramallah, na Cisjordânia.

Ainda diante do Knesset, Hollande reforçou que as sanções contra o Irã devem ser mantidas até que o país renuncie definitivamente ao seu programa nuclear. A intransigência francesa sobre o dossier impediu a assinatura de um acordo na última reunião entre o Irã e as potências ocidentais em Genebra e pode bloquear a retomada das negociações prevista para essa semana. Israel, inimigo político de Teerã, já havia se mostrado contra qualquer acordo com o governo iraniano, que não implicasse o fim do enriquecimento de urânio.

Mais cedo em visita oficial à Ramallah, o presidente francês, pediu a suspensão "total e definitiva" da colonização de Israel nos territórios palestinos, durante uma entrevista coletiva com o presidente da Autoridade Palestina. Ele pediu aos palestinos que façam "gestos" que permitam o desenrolar das negociações de paz retomadas esse ano, através da mediação americana.

Hollande propôs ainda a realização de uma conferência reunindo doadores para a Palestina, como já realizado em 2007, em Paris. Diversos acordos foram assinados nesta segunda-feira, incluindo a criação de um colégio francês em Ramallah.