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Síria

Rússia pede aos EUA 'prudência' a respeito de intervenção na Síria

Qualquer intervenção militar na Síria terá consequências catastróficas em todo o Oriente Médio e na África do Norte, advertiu esta manhã o governo da Rússia. Ontem, o secretário de Estado americano, John Kerry, indicou que os Estados Unidos preparam uma intervenção contra o regime de Bashar al-Assad diante dos fortes indícios de que houve realmente um ataque químico na quarta-feira da semana passada, na periferia de Damasco.

O chanceler russo, Serguei Lavrov, adverte os ocidentais contra as consequências dramáticas de uma ação militar na Síria.
O chanceler russo, Serguei Lavrov, adverte os ocidentais contra as consequências dramáticas de uma ação militar na Síria. REUTERS/Maxim Shemetov
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O chanceler russo Serguei Lavrov pediu esta manhã prudência aos Estados Unidos e à comunidade internacional em relação ao conflito sírio. No comunicado, ele disse que uma intervenção militar na Síria sem o aval do Conselho de Segurança da ONU provocaria sérias consequências em toda a região. A Rússia, aliada do presidente sírio, Bashar al-Assad, já vetou três vezes uma resolução nas Nações Unidas sobre a Síria.

Serguei Lavrov também lamentou a decisão dos Estados Unidos de adiar uma reunião com a Rússia, prevista para amanhã em Haia, na Holanda, que deveria justamente preparar uma conferência internacional sobre a Síria. Ele sugere que a comunidade internacional aguarde ao menos a conclusão da investigação da ONU sobre o uso de armas químicas no conflito sírio antes de agir.

Os especialistas das Nações Unidas realizam hoje o segundo dia de coleta de material na periferia de Damasco. Eles ficaram satisfeitos com as primeiras amostras recolhidas ontem. Não há data para o resultado das análises, mas ele deve ser divulgado rapidamente. A ONU lembra que o objetivo da investigação não é apontar um culpado e sim confirmar se houve ou não um ataque químico.

Os Estados Unidos, os europeus e outros aliados ocidentais parecem não ter dúvidas de que o culpado pelo ataque, que deixou mais de 350 mortos e 3,6 mil intoxicados, é o regime de Bashar al-Assad. Sem a autorização do Conselho de Segurança, o governo de Barack Obama quer formar uma coalizão internacional, principalmente com a França, a Grã-Bretanha e alguns países árabes, como os Emirados Árabes Unidos, a Jordânia e a Turquia.

A intervenção seria um ataque limitado, sem o envio de soldados à Siria. O Pentágono estaria privilegiando ataques aéreos contra alvos militares sírios, feitos a partir dos quatro destroiers americanos estacionados atualmente no mar Mediterrâneo e bases militares nos vizinhos do norte (Turquia) e do sul (Jordânia) da Síria. Sem o aval da ONU, devido ao bloqueio da Rússia, Estados Unidos e aliados poderão evocar uma espécie de "legitimidade moral" para agir, como aconteceu no caso do Kosovo, em 1999.

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