Cresce tensão no Egito antes de manifestações pró e anti-Mursi

Milhares de pessoas devem tomar as ruas do Cairo nesta sexta-feira em manifestações contra e a favor do presidente Mohamed Mursi, da Irmandade Muçulmana. Partidários de Mursi anunciaram um grande ato de apoio ao presidente, dois dias antes de um mega protesto da oposição que pedirá a renúncia de Mursi e eleições antecipadas.

Manifestantes pró-Morsi defendem gestão do presidente defensor do islamismo conservador, na cidade do Cairo, em março passado. REUTERS/Asmaa Waguih

Hugo Bachega, correspondente da RFI no Cairo

Novos confrontos entre opositores e partidários do presidente Mursi foram registrados na noite desta quinta-feira em frente à sede do Partido da Justiça e Liberdade, no norte do país, deixando um morto e 30 feridos. A tensão no país cresce às vésperas do mega protesto marcado para domingo, dia que Mursi completa um ano no poder.

Além do ato pró-Mursi, opositores também realizarão nesta sexta-feira mais um protesto contra o governo. Nas últimas semanas, confrontos entre partidários de Mursi e opositores deixaram mortos e feridos em todo o país. Temendo uma repetição da revolta de 2011, egípcios correram a mercados, bancos e postos de gasolina nos últimos dias.

Os protestos de domingo serão realizados em todo o país e deverão contar com milhões de pessoas. O Exército ameaçou intervir no caso de violência excessiva no fim de semana.

A oposição acusa Mursi de agir para aumentar o poder da Irmandade Muçulmana no governo e de tentar islamizar a sociedade egípcia. Já o presidente acusa a oposição de não aceitar a derrota nas eleições do ano passado e recusar propostas para participar do governo.

A crise no Egito se agravou no último ano, com falta de energia, combustível, desemprego, alta no custo de vida e um país cada vez mais dividido.