Fuga de ativista cego pode balançar relações entre China e EUA
O caso do dissidente Chen Guangcheng, que teria se refugiado na embaixada americana em Pequim a poucos dias de um importante encontro sino-americano, criou uma situação embaraçosa para o governo chinês e um complicado problema diplomático para os Estados Unidos.
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Janaína Silveira, correspondente da RFI em Pequim
Na próxima quarta-feira a secretária de Estado norte-americana, Hilary Clinton, e o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Timothy Geithener, chegam a Pequim para o Diálogo Econômico e Estratégico, evento de dois dias de reuniões com o governo chinês. O mecanismo foi criado há quatro anos, e nesta edição, mesmo se nova venda de material militar dos Estados Unidos a Taiwan – operação que sempre suscita críticas de Pequim – pode fazer parte das discussões, o dissidente Chen Guangcheng tem grandes chances de roubar a cena.
Em novembro do ano passado, a secretária de Estado norte-americana pediu que o governo chinês libertasse o ativista, mantido sob prisão domiciliar há 19 meses junto à família, mesmo sem qualquer acusação formal. Atualmente Chen estaria refugiado na embaixada norte-americana em Pequim. A informação é de uma ONG baseada no Texas e de amigos de Chen.
A própria fuga de Chen desencadeou uma onda de prisões, como a do amigo Hu Jia, outro dissidente, e de He Peirong, que teria ajudado a dirigir em um dos trechos entre a cidade natal de Chen e Pequim. A família do ativista ainda é mantida em prisão domiciliar.
Chen Guangcheng é um advogado auto-didata que denunciou campanhas ilegais de esterilização e de abortos que visavam garantir a política de filho único da China.
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