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Síria/violência

Assad diz que Síria só terá paz com o fim da ação de "grupos terroristas"

O presidente sírio, Bashar al-Assad declarou neste sábado ao enviado especial da ONU, Kofi Annan, que é favorável aos esforços “sinceros" para resolver a crise" mas que nenhum diálogo ou processo político é possível enquanto “grupos terroristas" estiveram atuando no país. As declarações foram feitas enquanto as forças do regime continuam a repressão violenta na região noroeste do país.

Kofi  Annan( à esq) e o presidente sírio Bashar al Assad, reunidos em Damasco neste sábado, 10 de março de 2012.
Kofi Annan( à esq) e o presidente sírio Bashar al Assad, reunidos em Damasco neste sábado, 10 de março de 2012. REUTERS/SANA/Handout
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“A Síria está pronta para que seja um sucesso todo o esforço sincero para encontrar uma solução para a crise”, afirmou Assad a Kofi Annan, de acordo com a agência oficail Sana. No entanto, o presidentesírio advertiu que “ todo diálogo ou processo político não pode avançar enquanto houver grupos terroristas que trabalham para semear o caos e a desestabilização atacando civis e militares”.

Desde o início da revolta popular contra o regime, as autoridades de Damasco atribuem as violências no país à grupos terroristas, manipulados por estrangeiros.

De acordo com a agência oficial, o enviado da ONU, Kofi Annan, refutou uma ingerência externa nos assuntos internos da Síria e expressou sua “esperança de trabalhar com o governo para lançar um diálogo no âmbito de um processo político para reestabelecer a estabilidade na Síria.”

Kofi Annan chegou a Damasco na manhã deste sábado para uma visita de dois dias ao país e foi encarregado pelo secretário-geral da ONU Ban Ki-moon de uma missão que estabeleceu como prioridades um cessar-fogo imediato, uma solução política global e um acesso para a juda humanitária.
 

Liga Árabe e Rússia

Os ministros das Relações Exteriores da Rússia, Serguei Lavrov, e dos países da Liga Árabe lançaram um apelo para o fim da violência na Síria, seja “ela de onde for”, após uma reunião, no Cairo, para discutir uma saída da crise entre o regime de Bashar al-Assad e os opositores.

A Rússia e os países árabes também chegaram a um acordo sobre cinco pontos, de acordo com o anúncio feito à imprensa pelos chanceleres Lavrov, da Rússua, e Hamed Hamad ben Jassem al-Thani, do Catar após o encontro realizado na sede da Liga Árabe.

Eles recusaram qualquer intervenção estrangeira na Síria mas concordaram com a instauração de um mecanismo de supervisão “imparcial” e também a autorização para a entrada, sem bloqueios, de equipes de ajuda humanitária.

Russos e árabes também manifestaram apoio ao enviado especial da ONU à Damasco, Kofi Annan, que negocia um cessar fogo imediato no país.

Os dois chanceleres comentaram que os cinco pontos acordados foram baseados em uma resolução da Assembleia Geral das Nações Unidas adotada em 16 de fevereiro e nas decisões da Liga Árabe.

“Hoje, o mais urgente é de colocar um fim à violência, seja qual for sua origem”, declarou Lavrov antes da reunião com os ministros árabes. Segundo ele, tanto as forças do governo quando as da oposição devem se retirar das cidades.

Mas para o Catar, um cessar-fogo é insuficiente. “ Há um genocídio sistemático por parte do governo sírio enquanto falamos neste momento de um cessar-foto”, declarou o xeique Hamad ben Jassem al Thani. "Não podemos aceitar somente um cessar-fogo", completou, defendendo o envio à Síria de forças árabes e internacionais.

A Arábia Saudita julgou o veto da Rússia e da China à resolução da ONU condenando a repressão na Síria como uma permissão para o regime de bashar al-Assad prosseguir com a violência contra os militantes de oposição.

A posição dos países responsáveis pelo fracasso da resolução da Assembleia Geral da ONU deu permissão para o regime sírio continuar com as práticas brutais contra o povo, sem compaixão nem piedade, estimou o chefe da diplomacia saudita Saoud al-Fayçal. O chanceler russo retrucou dizendo que seu país “não protege nenhum regime”. “Protegemos o direito internacional”, afirmou.

Neste sábado pelos menois 36 pessoas morreram em confrontos em diversas regiões do país, sendo 26 delas em Idleb, no noroeste onde as forças governamentais promovem bombardeios contra os opositores. 

 

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